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UNIDADES LOCAIS DE SAÚDE

30 de Maio de 2023

As Unidades Locais de Saúde (ULS) são constituídas por um hospital e os centros de Saúde da área. Vão ser constituídas mais seis: ULS de Santo António e a ULS Tâmega e Sousa, no Norte; a ULS Cova da Beira no Centro; na região de Lisboa e Vale do Tejo serão criadas a ULS Lisboa Norte (Hospital de Santa Maria, H. Pulido Valente e Agrupamento de Centros de Saúde Lisboa Norte; ULS do Oeste e ULS de Loures.


Em princípio as ULS’s foram concebidas como tendo uma direcção comum do Hospital e dos agrupamentos de Cuidados Primários e disponibilidade dos Laboratórios da unidade aos utentes dos Centros de Saúde. A estrutura que é proposta actualmente tem sido criticada pelos médicos dos Cuidados Primários, porque, segundo estes, vai haver uma subordinação desta área à direcção hospitalar.

COMO NOS TORNAMOS DEPENDENTES

O PAPEL DA DOPAMINA

Há mais de um século em 1911, foi sintetizado um precursor da dopamina, a levodope, por um polaco, Casimir Funk. E em 1913 um bioquímico suíço, Markus Guggenheim extraiu levodope de uma leguminosa, Vicia faba. Experimentou em si próprio, vomitou. E a levodopa foi por algum tempo, abandonada. Por essa altura também houve quem sintetizasse a dopamina e antes da II Guerra Mundial, químicos alemães já sabiam que a levodopa era um antecessor da dopamina no corpo humano e que esta última era um intermediário da síntese da noradrenalina.


Durante a guerra estas moléculas ficaram esquecidas e foi depois, em Oxford, que um químico fugido da Alemanha nazi, começou a estudar a dopamina e a verificar que era muito concentrada no Sistema Nervoso Central.


Passaram aos estudos em animais de laboratório e, pela mesma altura, verificaram que um medicamento psiquiátrico, a reserpina, limpava o sistema nervoso central de dopamina e o animal comportava-se como se tivesse Parkinson. Usada a reserpina para o tratamento da esquizofrenia, o doente ficava também com sintomas de Parkinson. Foi então que Carlsson, na Suécia, resolveu tratar os coelhos tornados doentes de Parkinson pela reserpina, com a esquecida levodopa. E ficaram de orelhas arrebitadas e a correr na sala.


Em 1961, alguns doentes com Parkinson foram injectados com levodopa e deu-se um “milagre”. Um doente disse aos jornalistas: “Posso dizer que sou [de novo] um ser humano”. Um novo medicamento, anti-psicótico, a cloropromazina, produziu o mesmo efeito da reserpina. Concluíram que bloquear a produção de dopamina era a razão das qualidades anti-psicóticas continuando a experiência com ratinhos, concluíram pelos anos 90 do século passado, que a dopamina desencadeava adição. A partir daí a dopamina foi estudada como responsável da adição e compulsão em drogas, tabaco, jogo, álcool e comidas.


Medicamentos para tratar a compulsão e a adição organizam-se agora focando a dopamina. Neurotransmissor do prazer e do vício. Em 2018 Carlsson, já com 95 anos dizia: “A dopamina está envolvida em tudo o que acontece no nosso cérebro [sistema nervoso central] – em todas as suas funções importantes”.

Notícias: News

AS PROPOSTAS E OS SINDICATOS

10 de Maio de 2023

Há uma semana o Ministério da Saúde anunciou a abertura de 1180 vagas para fixar médicos especialistas nas áreas hospitalares, Medicina Geral e Familiar e Saúde Pública. Mas as estruturas que representam a classe são perentórias: "Abrir vagas é positivo, mas não chega". E acusam a tutela de "não estar a fazer o que deve ser feito". Enquanto isso as escalas de urgência ficam piores do que há um ano, dizem. Os dirigentes da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) são categóricos ao afirmarem que a tutela está "a tentar camuflar a questão de fundo" e que, enquanto isto, "as escalas de urgência estão piores do que há um ano", afirmava Jorge Paulo Roque da Cunha do SIM, explicando que "o problema das escalas não se esgota nas férias dos profissionais", a preocupação é qualidade das equipas a prestar cuidados. "São poucas as urgências que atualmente funcionam com equipas completas e a perspetiva é de que o número de médicos no SNS continue a diminuir." A dirigente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, concorda que a tutela "não está a fazer o que deveria ser feito", que é avançar com a negociação pela valorização remuneratória e das carreiras, argumentando mesmo "não se percebe o que pretende com o concurso agora lançado". A médica reafirma que "é positivo que se abram vagas, mas isto só por si não chega, pois não é a abertura de concursos que vai funcionar como elemento de motivação para que os médicos fiquem no SNS". Por isso, critica, "esta medida é uma artimanha e uma forma de estar a maquilhar a realidade do SNS". Para Joana Bordalo e Sá "estas vagas, basicamente, não vêm resolver nada, muitas vão ser preenchidas por médicos que já estão nos serviços. E as vagas para os que faltam?", questiona, acrescentando: "Já cansa estar sempre a dizer o mesmo, mas o mais importante não está a ser resolvido e o tempo de negociação com os sindicatos está a acabar". (Diário de Notícias)

SOLUÇÕES PARA RUTURA PROLONGADA DE INSULINAS

11 de Maio de 2023

O laboratório farmacêutico Sanofi reportou ao Infarmed a rutura prolongada de várias insulinas por problemas no fabrico que afetam diversos países europeus. Estima-se um período prolongado de indisponibilidade, que se deve iniciar durante o corrente mês de maio e prolongar até final do presente ano. A Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica publicou um conjunto de orientações de apoio à decisão clínica os médicos prescritores e demais profissionais de saúde na substituição por outra insulina, que se diferenciam, contudo, na forma de apresentação e perfil farmacocinético. Deste modo, é necessário assegurar que os utentes tratados com qualquer uma das formulações de insulina afetadas efetuem, de forma atempada, a transição para outra das alternativas terapêuticas existentes no mercado, cuja disponibilidade foi desde já assegurada por parte dos respetivos titulares de autorização de introdução no mercado. A Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica definiu orientações identificou as alternativas terapêuticas disponíveis e forneceu recomendações para que a substituição decorra de forma segura. As formulações que podem ser utilizadas em alternativa à insulina rápida e insulina basal, que se encontram em rutura, não possuem a mesma apresentação, pelo que requerem um dispositivo de administração próprio. Estas alternativas podem possuir a mesma substância ativa, ou tratar-se de análogos de insulina, que partilham as mesmas indicações terapêuticas, mas possuem um perfil farmacocinético diferente. No caso da pré-mistura de insulina rápida e insulina basal, além da diferença relacionada com o dispositivo de administração, nenhuma das alternativas possui as mesmas substâncias, na mesma concentração. Assim, o prescritor poderá optar pelas mesmas substâncias, em diferente proporção, ou por uma associação de análogos de insulina, na mesma ou em diferente proporção. Os farmacêuticos que acompanhem utentes tratados com qualquer uma destas formulações devem aconselhar o contacto com o médico. Devem também instruir os utentes e/ou os seus cuidadores acerca da correta utilização do novo dispositivo de administração, acompanhando o processo de introdução do novo medicamento e esclarecendo eventuais dúvidas relativas à posologia prescrita, ao horário de administração ou a possíveis ajustes à medicação concomitante. Importa ainda reforçar a necessidade de uma rigorosa monitorização da glicemia durante as fases iniciais do processo de substituição. Poderá consultar mais informações aqui. (Ordem dos Farmacêuticos)O laboratório farmacêutico Sanofi reportou ao Infarmed a rutura prolongada de várias insulinas por problemas no fabrico que afetam diversos países europeus. Estima-se um período prolongado de indisponibilidade, que se deve iniciar durante o corrente mês de maio e prolongar até final do presente ano. A Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica publicou um conjunto de orientações de apoio à decisão clínica os médicos prescritores e demais profissionais de saúde na substituição por outra insulina, que se diferenciam, contudo, na forma de apresentação e perfil farmacocinético. Deste modo, é necessário assegurar que os utentes tratados com qualquer uma das formulações de insulina afetadas efetuem, de forma atempada, a transição para outra das alternativas terapêuticas existentes no mercado, cuja disponibilidade foi desde já assegurada por parte dos respetivos titulares de autorização de introdução no mercado. A Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica definiu orientações identificou as alternativas terapêuticas disponíveis e forneceu recomendações para que a substituição decorra de forma segura. As formulações que podem ser utilizadas em alternativa à insulina rápida e insulina basal, que se encontram em rutura, não possuem a mesma apresentação, pelo que requerem um dispositivo de administração próprio. Estas alternativas podem possuir a mesma substância ativa, ou tratar-se de análogos de insulina, que partilham as mesmas indicações terapêuticas, mas possuem um perfil farmacocinético diferente. No caso da pré-mistura de insulina rápida e insulina basal, além da diferença relacionada com o dispositivo de administração, nenhuma das alternativas possui as mesmas substâncias, na mesma concentração. Assim, o prescritor poderá optar pelas mesmas substâncias, em diferente proporção, ou por uma associação de análogos de insulina, na mesma ou em diferente proporção. Os farmacêuticos que acompanhem utentes tratados com qualquer uma destas formulações devem aconselhar o contacto com o médico. Devem também instruir os utentes e/ou os seus cuidadores acerca da correta utilização do novo dispositivo de administração, acompanhando o processo de introdução do novo medicamento e esclarecendo eventuais dúvidas relativas à posologia prescrita, ao horário de administração ou a possíveis ajustes à medicação concomitante. Importa ainda reforçar a necessidade de uma rigorosa monitorização da glicemia durante as fases iniciais do processo de substituição. Poderá consultar mais informações aqui. (Ordem dos Farmacêuticos)

A ALIMENTAÇÃO EUROPEIA

3 de Maio de 2023

Cerca de 38 milhões de pessoas na União Europeia (UE) não têm acesso a uma alimentação suficientemente saudável e sustentável, alertou a organização não-governamental WWF, garantindo que é uma tendência que está a crescer desde 2015. “O sistema alimentar da UE está a provocar a perda de biodiversidade e as mudanças climáticas, ao mesmo tempo que torna extremamente difícil para muitos cidadãos o acesso a alimentos saudáveis e sustentáveis”, afirmou Giulia Riedo, responsável pela política alimentar e agrícola sustentável do WWF (World Wide Fund for Nature). (Lusa)

 DESPACHO N.º 4764/2023 DO GABINETE DA SECRETÁRIA DE ESTADO DA PROMOÇÃO DA SAÚDE QUE CRIA A COMISSÃO PARA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE PÚBLICA.

2 de Maio de 2023

Objetivo da Comissão: elaboração de uma proposta de Lei da Saúde Pública (LSP), com foco nas: 

a) Atribuições e funções dos serviços de saúde pública (...), 

b) Reorganização dos serviços de saúde pública em todos os níveis (central, regional e local) (..)

A Comissão é constituída por 1 coordenador (Mário Jorge dos Santos Neves) e por 22 membros (...)

O mandato da Comissão tem a duração de um ano.

Ver o despacho aqui

ORDEM APELA À NOMEAÇÃO URGENTE DOS DIRETORES CLÍNICOS E PRESIDENTES DOS CONSELHOS CLÍNICOS E DE SAÚDE

28 de Abril de 2023

A Ordem dos Médicos (OM) criticou esta semana a demora incompreensível na nomeação de diretores clínicos e presidentes dos conselhos clínicos e de saúde que se verifica em vários hospitais e Unidades Locais de Saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e apelou ao Ministério da Saúde para que resolva esta situação com a máxima urgência, já que prejudica a atividade clínica. "É inadmissível que, de norte a sul do país, se continuem a verificar situações como a do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (Vila Real, Chaves e Lamego) ou a do Centro Hospitalar do Oeste (Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche), que estão sem direção clínica há meses ou na Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano que nunca teve direção clínica da área dos cuidados de saúde primários, entre vários outros casos", afirmou Carlos Cortes, bastonário da Ordem dos Médicos, em comunicado de imprensa emitido esta manhã. De acordo com o dirigente, “estas são situações fortemente penalizadoras para os hospitais, para os médicos e para os doentes, na medida em que a ausência de uma estrutura clínica hierarquizada condiciona e fragiliza o seu funcionamento diário, a atividade médica e os cuidados de saúde prestados aos doentes”. Carlos Cortes acrescenta “não é admissível um hospital desenvolver a sua atividade sem um diretor clínico nomeado no seu conselho de administração, é uma obrigação legal e é, sobretudo, um fator de estabilidade e segurança clínica para a instituição”. O bastonário apelou ao Ministério da Saúde que resolva estas situações com celeridade pois "não é aceitável que uma unidade de saúde funcione durante meses sem um diretor clínico. É por isso absolutamente vital que a tutela cumpra a lei" e nomeie com urgência os diretores clínicos
e presidentes dos conselhos clínicos e de saúde em falta, por forma a "garantir o cumprimento da missão das instituições na prestação de cuidados de saúde aos utentes e da organização do trabalho médico e técnico", frisou.

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DEIXAMOS DE TER O CICLO DA LUZ E DA SOMBRA?

July 12, 2025

Calcula-se que as primeiras células terão aparecido há cerca de 3,8 a 3,7 mil milhões de anos. Mas lá na água, onde elas surgiram, não se sabe se a luz e a noite ocasionada pelos circuitos imparáveis do planeta terra que se soltara do Sol e à volta dele andava, teriam influência sobre o seu funcionamento.

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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS DE SAÚDE PÚBLICA APONTA
“ASFIXIA INSTITUCIONAL” DA DGS

27 de Março de 2023

Em comunicado, a Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP) manifesta a sua preocupação com os serviços de saúde pública em Portugal, lamentando que, havendo disponibilidade de instrumentos financeiros, como o Plano de Recuperação e Resiliência, as opções políticas do Governo sejam no sentido de “criar redundâncias de instituições/hierarquias decisórias”. A associação diz que as medidas anunciadas “não se focam na efetividade e eficiência de intervenção, ao contrário do que seria expectável e desejável”. A ANMSP critica a retirada de competências da Direção-Geral da Saúde (DGS) e o anúncio de uma Agência de Promoção de Saúde – “em termos incertos” -, considerando que tal situação vai conduzir a uma “muito provável” sobreposição de competências com a Divisão de Promoção e Educação para a Saúde da DGS e o Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). A propósito da retirada de competências, os médicos de saúde pública apontam o despacho publicado este mês que retira da alçada da DGS a coordenação dos assuntos europeus e relações internacionais, que passa para a Secretaria-Geral do Ministério da Saúde. Entre as competências da Direção de Serviços de Coordenação das Relações Internacionais está o acompanhamento e coordenação das políticas comunitárias, designadamente de saúde pública da União Europeia. Os médicos de saúde pública apontam ainda a retirada do Programa Nacional de Saúde Mental como Programa Prioritário da DGS, em 2021, (extinto, por nomeação da Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental), sublinhando que tal decisão “foi um prenúncio do que se afigura ser uma deliberada asfixia institucional da DGS”. Estes processos – frisam – “correm paralelamente à nomeação de uma nova Comissão de Reforma de Saúde Pública – a terceira desde 2016 – empenhando mais recursos e pessoas de boa vontade em nova discussão, com um lastro de utilidade, na melhor das hipóteses, residual das comissões anteriores”. As mudanças efetuadas e anunciadas “sugerem uma visão não declarada de reforma, sem consideração plena dos contributos dos profissionais do terreno que trabalham, todos os dias, no Serviço Nacional de Saúde (SNS), para a melhoria da Saúde Pública em Portugal”, acrescentam. Reconhecendo a “vontade e alinhamento” da Direção Executiva do SNS, a associação defende que a Saúde Pública em Portugal precisa de “uma estrutura vertical, alinhada a nível regional e nacional”, para que seja possível “dar resposta de forma integrada na proteção, promoção da saúde e prevenção da doença”. “Defendemos uma visão moderna e, sobretudo, oportunidades de aproveitamento das competências dos Médicos de Saúde Pública e dos Serviços de Saúde Pública, como um todo, que podem fazer a diferença para o SNS no novo quadro de Unidades Locais de Saúde”, escrevem os especialistas. A ANMSP mostra-se ainda disponível para colaborar na capacitação e organização dos serviços de saúde pública e na formação dos profissionais, mas exigem “transparência nas intenções e nos processos”. (Lusa/Health News)

ESPECIALISTA ALERTA PARA POSSIBILIDADE DE SURTOS EPIDÉMICOS DE DENGUE E ZIKA
EM PORTUGAL

30 de Março de 2023

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a evolução da pandemia da covid-19 ainda é uma incerteza, alegando que o coronavírus SARS-CoV-2 continua a evoluir sem demonstrar um "padrão previsível". “Por um lado, estamos agora numa situação muito melhor, mas, por outro, não podemos prever com certeza absoluta como esta pandemia vai evoluir, com a exceção de que este vírus está para ficar”, adiantou responsável técnica da OMS. Segundo Maria Van Kerkhove, a nível global verifica-se uma elevada circulação do coronavírus SARS-CoV-2, apesar de o impacto ser menor do que nos primeiros anos da pandemia ao nível dos internamentos, dos cuidados intensivos e dos óbitos. Apesar dessa redução do impacto, a “ameaça não acabou”, alertou a especialista da OMS, ao salientar que ainda se regista entre 5.000 e 10.000 mortos por semana no mundo, a grande maioria pessoas mais idosas não vacinadas ou com a vacinação incompleta. “Uma das grandes incertezas que enfrentamos é o vírus em si mesmo, que não estabilizou num padrão previsível e continua a evoluir”, referiu Maria Van Kerkhove, ao recordar que a Ómicron é a variante de preocupação que continua predominante a nível global, com mais de 600 sublinhagens em circulação. A responsável técnica da organização para a pandemia reconheceu também que se vai “continuar a ver ondas de infeções”, mas salientou que os picos não deverão ser tão elevados com os anteriores, devido ao nível de imunização da população mundial. “Uma das coisas com que estamos muito preocupados é o potencial do vírus para mudar e ficar, não apenas mais transmissível, mas mais severo”, referiu a epidemiologista, adiantando que a OMS está a monitorizar a variante XBB.1.1.6, que tem uma mutação adicional na proteína `spike´ que, segundo estudos laboratoriais, poderá aumentar a infectividade. Segundo adiantou, a XBB.1.1.6 está em circulação há alguns meses e a maioria das sequências analisadas é proveniente da Índia.

FNAM REJEITA A PROPOSTA DO MINISTÉRIO PARA OS MÉDICOS EM EQUIPAS
DEDICADAS NAS URGÊNCIAS

17 de Abril de 2023

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) rejeitou a proposta do Ministério da Saúde que implementa horários desumanos para os médicos em equipas dedicadas nos serviços de urgência, com jornadas diárias de 12 horas, sem limite de horas extraordinárias nem valorização salarial. Em resposta, nem uma hora a mais: os médicos deixarão de fazer horas extra depois das 150 horas anuais obrigatórias. “Parece que seguimos no sentido oposto do que seria suposto, em matéria de condições de trabalho, direitos laborais e de conciliação da vida profissional, pessoal e familiar dos médicos. O Governo apresenta uma verdadeira agenda do trabalho indigno e de desvalorização dos médicos, desvirtuando, mais uma vez, a negociação em curso com os sindicatos médicos.”. “A proposta de «ciclos de trabalho no serviço de urgência», apresentada pelo Secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, prevê que os médicos trabalhem por períodos diários de 12 horas, exclusivamente em serviço de urgência (externa e interna), nas unidades de cuidados intensivos e intermédios, por períodos consecutivos de 90 dias até 9 meses por ano.  No total, os médicos trabalhariam 36 horas por semana, concentrando as jornadas de trabalho em três dias, numa verdadeira promoção do cansaço e do burnout.” “Trata-se de uma proposta desumana, que prevê ainda que estas jornadas de trabalho tenham dois períodos de descanso de 30 minutos, no máximo. Além disso, não há limite para o trabalho suplementar ou noturno, nem garantia de que os descansos semanais possam também ocorrer ao fim de semana. No limite, um médico pode trabalhar todos os fins de semana durante 9 meses.”. “Para a FNAM, esta é uma proposta que subverte a carreiras médicas, as equipas e as unidades de trabalho hospitalares, pois dispensa estes médicos de todas as tarefas e funções que não estejam integradas com o trabalho em serviço de urgência. Por isso, ficam em risco atividades clínicas essenciais, como as visitas médicas a doentes internados, consultas e cirurgias programadas – que em muitas situações já se encontram fora do limite de tempo de resposta adequado –, colocando em causa os cuidados de saúde aos doentes e o próprio funcionamento do Serviço Nacional de Saúde. Em causa também fica a formação no âmbito do internato médico, comprometendo a formação de novos médicos especialistas. (Health News)

DESPACHO DO MS DE 28/03/2023, QUE PROMOVE A TRANSFERÊNCIA DE ALGUNS SERVIÇOS DAS ARS (ANTERIORMENTE EXTINTAS) E O RESPETIVO PESSOAL PARA A DIREÇÃO EXECUTIVA DO SNS

 13 de Abril de 2023

Consultar aqui

WEBINAR | A GESTÃO DO MEDICAMENTO NO REGISTO DE SAÚDE ELETRÓNICO | 21 DE ABRIL | 10:00 – 12:30

12 de Abril de 2023

A Gestão do Medicamento no Registo de Saúde Eletrónico


Comissão Setorial para a Saúde  (CS/09), promovida e dinamizada pelo Instituto Português da Qualidade, realiza um webinar sobre o tema “A Gestão do Medicamento no Registo de Saúde Eletrónico”, no dia 21 de abril (10:00 – 12:30).


A Comissão Setorial para a Saúde (CS/09), tem como objetivos gerais analisar, promover e dinamizar as várias componentes que influenciam a Qualidade na Saúde e preparar recomendações para a respetiva melhoria. A missão é difundir e incentivar a adoção dos princípios, metodologias e melhores práticas da Qualidade e da Segurança na Saúde, no âmbito do Sistema Português da Qualidade, com o objetivo de elevar continuamente a Saúde da População Portuguesa.


OBJETIVOS
Este webinar tem como principal objetivo apresentar normas, modelos e boas práticas para o desenvolvimento e implementação do Registo de Saúde Eletrónico (RSE), tendo como foco a importância
do Medicamento e dos produtos de saúde como ferramentas sanitárias.


DESTINATÁRIOS
Profissionais de Saúde, Administradores Hospitalares e Técnicos Especialistas de Tecnologias de Informação.


PARTICIPAÇÃO E INSCRIÇÃO


A participação é livre mediante inscrição até 19 de abril.

Inscrições: Aqui

Programa: Aqui

SUBSCRIÇÃO MANIFESTO "MAIS SNS"

12 de Abril de 2023

Pelo Direito à Saúde, MAIS SNS


“O SNS é um património moral irrenunciável da nossa democracia”
(António Arnaut)

Portugal não suporta mais esperas e falhas nos cuidados de saúde. Só haverá verdadeiro acesso à saúde se não desistirmos do combate por um Serviço Nacional de Saúde público, qualificado e universal, pago com os nossos impostos.


O SNS está doente.
Prolongada suborçamentação e baixo investimento têm consumido as reservas dos serviços de saúde: é adiada a construção urgente de hospitais e centros de saúde, bloqueada a contratação de profissionais essenciais e falta justiça e valorização laboral. O resultado é a falta de acesso aos cuidados de saúde primários, mais espera por consultas hospitalares e cirurgias, escassez na saúde mental, penúria na saúde oral e gastos elevados das famílias. O desinvestimento empurra utentes para o negócio dos grandes grupos privados.

Mais de um milhão de cidadãos sem médico de família são forçados a recorrer às urgências dos hospitais - a única solução que lhes resta. Os profissionais de saúde desdobram-se em horas extraordinárias, acumulando cansaço e baixas por esgotamento. O bloqueio das carreiras acelera a sangria dos mais qualificados. O desinvestimento empurra profissionais para o setor privado e para a emigração.

O SNS é indispensável à sociedade portuguesa.
Na pandemia da Covid-19 o SNS salvou-nos. A indispensabilidade do SNS na sociedade portuguesa tornou-se simplesmente mais óbvia. A maior campanha de vacinação da história só foi possível graças ao SNS. Quando se esgota o plafond do seguro no privado é o SNS que recebe e trata, sem distinção, não olhando a custos. Para além de prestar cuidados de saúde, o SNS, pela sua centralidade no sistema de saúde, tem um papel regulador, de referência, na defesa do bem comum, tornando mais evidentes práticas eventualmente lesivas dos interesses das pessoas e da qualidade dos cuidados de saúde.

O SNS pode ser curado.
É possível reforçar o investimento em modernização; é possível incentivar, valorizar, reter e recrutar os profissionais em falta, sobretudo aqueles que o próprio SNS forma; é possível dar equipa de saúde familiar a todos os cidadãos, porque eles existem; é possível reforçar o investimento na saúde pública, na promoção da saúde e na prevenção da doença. É possível porque são tudo escolhas políticas. Escolhas que a democracia consagra.
Somos cidadãos que recusam a degradação e o retrocesso do SNS e que dele não desistem. Exigimos políticas públicas que assegurem o direito de todos à saúde e iremos afirmá-lo na rua e no espaço público. Porque “todos têm direito à proteção na saúde e o dever de a defender e promover" (Artigo 64º/1 da Constituição). Apelamos a que todos os cidadãos se mobilizem, organizem e tomem nas suas mãos, em todo o lado, a defesa do direito à saúde. Estando iniciadas as celebrações do 50º aniversário do 25 de Abril, saibamos levantar a bandeira do SNS como uma das maiores conquistas democráticas.

Convocamos por tudo isto uma grande manifestação cidadã pelo reforço do SNS e pela garantia dos cuidados de saúde, em data a definir em assembleia do movimento.

O SNS não deixa ninguém para trás. Ninguém pode deixar para trás o SNS.

O POVO MERECE MAIS SNS!

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PAGAMENTO DE HORAS EXTRAORDINÁRIAS

O Govêrno prefere pagar circunstancialmente do que estabelecer carreiras e vencimentos por acordo

O valor pago em horas extra aos médicos pelo trabalho realizado em serviços de urgência foi de 108 milhões de euros em 2022, segundo dados provisórios avançados pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). "Dos dados que já dispomos neste momento, o volume de horas de trabalho suplementar que foi contratualizado ao abrigo do decreto-lei n.º 50-A/2022 excedeu aquilo que era o trabalho suplementar realizado entre julho de 2019 e dezembro de 2019" que totalizou 74 milhões de euros, disse o vogal da ACSS Tiago Gonçalves na Comissão de Saúde. (TSF/Lusa)

MAIS DE 1,6 MILHÕES NÃO TÊM MÉDICO DE FAMÍLIA. LISTA DE INSCRITOS ULTRAPASSA
O TOTAL DA POPULAÇÃO RESIDENTE EM PORTUGAL

5 de Abril de 2023

O número de pessoas sem médico de família ultrapassou a fasquia dos 1,6 milhões, sendo que o pior cenário é registado na região de Lisboa e Vale do Tejo, com 1,1 milhões sem terem acesso. Todos os dias há inscrições para médicos de família, mas a verdade é que em março os números apontavam para quase 1,6 milhões de pessoas a descoberto, sendo que o total de inscritos, na ordem dos 10,6 milhões, ultrapassa, neste momento, o número oficial de população residente em Portugal. "A principal explicação para o agravamento da situação reside na falta de recursos humanos — ao pico de aposentações de 2022 e que se vai manter neste ano e pelo menos no próximo tem-se somado a incapacidade de atrair e reter uma parte substancial dos jovens que acabam a especialidade, nos últimos anos", lê-se no diário. Lisboa e Vale do Tejo (LVT) é a região onde se regista o maior número de pessoas inscritas sem médico de família, na ordem de 1,1 milhões de pessoas, seguindo-se Algarve e Alentejo. A região norte é a menos afetada, com 'apenas' 2,7% dos inscritos nesta situação. O número de inscritos, em março, "estava já perto dos 10,6 milhões, bem acima do número oficial de residentes em Portugal. Porque é que isto acontece? Por um lado, porque chegam novos imigrantes a Portugal e, por outro, porque os ficheiros não são atualizados com a periodicidade devida. (Sapo)

Notícias: News
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DEMONSTRAÇÃO PELA SAÚDE PÚBLICA | SARAGOÇA 18 DE MARÇO

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MANIFESTAÇÃO 26M EM MADRID: COMUNICADO DE IMPRENSA

Associações profissionais, de bairro, científicas, de usuários, sindicatos e plataformas profissionais de saúde, entre as quais a Associação para a Defesa da Saúde Pública de Madri, se mobilizam para defender o sistema público de saúde de Madri

– A manifestação marcada para o próximo sábado, 26 de março, às doze horas da manhã, partirá da Plaza de España para Atocha.


– Exigem um compromisso claro com a Atenção Primária, dotando-a de financiamento e recursos, mantendo em funcionamento todos os Serviços de Emergência Extra-Hospitalares, acabando com as privatizações e terceirizações encobertas, e reforçando a rede esgotada e sobrecarregada de centros de saúde mental com profissionais suficientes, entre outras coisas .pedidos.

Madrid a 21 de março de 2023. Diferentes entidades sociais, profissionais de saúde e organizações sindicais voltam a apelar à mobilização dos cidadãos a 26 de março sob o lema " Por uma saúde pública, universal e de qualidade em Madrid", a manifestação terá início às doze de da manhã na Plaza de España e termina nas proximidades da estação Puerta de Atocha.

Tal mobilização surge após as contínuas políticas de cortes e promessas não cumpridas realizadas nestes anos pelo governo regional, que tem colocado o interesse econômico à frente, privilegiando claramente o setor privado, para preservar e fortalecer o sistema público de saúde.

Perante este panorama, as organizações organizadoras, após a manifestação realizada a 22 de outubro, voltaram a sair às ruas para defender a saúde pública de Madrid.

Falta de recursos e privatizações encobertas

Eles denunciam mais uma vez a falta de meios que continua afetando o correto atendimento e a saúde dos pacientes, além da sobrecarga de trabalho que os profissionais de saúde têm que suportar, o que gerou uma onda de indignação cidadã e mobilizações constantes nos últimos meses.

Por isso, pedem ao Ministério da Saúde que aposte na gestão direta dos recursos, evitando a duplicação de organismos, que só fazem aumentar as despesas sem reforçar o sistema público de saúde, subfinanciado há décadas.

Assim, exigem um claro compromisso com a melhoria da saúde pública de Madrid, dotando-a de recursos e meios, o fim das privatizações e terceirizações de serviços e a melhoria das condições de trabalho do pessoal, pondo fim aos emprego temporário.

Solicitam, ainda, que todos os Serviços de Emergência Extra-Hospitalar (ex-Serviços de Emergência da Atenção Básica (SUAPs), Serviços de Atendimento Rural (SAR) e Unidades de Atenção Domiciliar (UAD)) sejam mantidos em funcionamento e com o quadro de pessoal necessário, além de a rede esgotada e sobrecarregada de centros de saúde mental seja reforçada com profissionais suficientes (psicologia, enfermagem, psiquiatria, serviço social, terapia ocupacional, educação social, etc.) e que o número de leitos hospitalares seja aumentado significativamente, entre outras questões contidas em seu manifesto.

Por último, as pessoas ou grupos que desejem apoiar estas reivindicações podem fazê-lo através da ficha de adesão criada para o efeito, à qual se pode aceder através deste link: https://forms.gle/BWaX52nbEwnRnV277 . Você também pode ajudar a divulgar a manifestação compartilhando o cartaz e o folheto, bem como usando as seguintes hashtags se for feito nas redes sociais:

#MuevetePorLaSanidadPublica26mar

#SalvemosLaSanidadPublicaMadrid26mar

#IDefendSanidadPublica26mar

Notícias: News
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CARLOS CORTES: “CONCENTRAR TUDO NO SERVIÇO DE URGÊNCIA É UM ERRO ENORME.
É A DESTRUIÇÃO DO SNS!”

A ideia do modelo de ULS é termos um sistema de integração vertical que ligue o hospital com os cuidados de saúde primários. Ora, não é isso o que acontece. Este modelo está concentrado no hospital, desvalorizando os cuidados de saúde primários, critica o Bastonário Enquanto Bastonário, “vou fazer questão de criar uma agenda capaz de responder aos problemas do país”, diz Carlos Cortes. “Percebo que seja muito mais fácil reagir imediatamente a cada constrangimento, como a tutela está a fazer, mas a solução não deve ser essa. Precisamos de uma solução de fundo. Parece que os políticos não conseguem ver para além de um período eleitoral… Só olham para dentro do seu mandato, mas as doenças não têm a duração de uma legislatura”. Este refere que “Estou absolutamente convencido de que não podemos continuar a resolver os problemas do SNS com um penso rápido e que os problemas só são 

tratados por uma questão de agenda de opinião pública. Aquilo que se estava à espera do Ministério da Saúde – e que era pedido por todos os stakeholders – era o início de uma reforma de fundo. Lamento dizê-lo, mas não há um problema das maternidades, não há um problema dos serviços de urgência de pediatria, não há um problema do serviço de urgência geral… há, sim, um problema do Serviço Nacional de Saúde. Temos atrasos nas primeiras consultas, temos listas de espera enormes nas especialidades cirúrgicas, temos falta de médicos de família… Portanto, temos um problema de fundo que precisa de ser resolvido. Infelizmente, aquilo que constato é uma enorme inabilidade na gestão da resposta que tem que ser dada ao SNS. Não é uma resposta de penso rápido que vai resolver os problemas…”. Poderá consultar a entrevista na íntegra aqui. (Lusa)

Notícias: News

HOMENAGEM A LEÇA DA VEIGA

31 de Março de 2023

No decorrer das V Jornadas Regionais Temáticas de Infeciologia, presididas por José Poças, foi prestada homenagem ao médico Carlos Leça da Veiga, que dedicou a sua vida à especialidade de infeciologia e que é o introdutor em Portugal da problemática da infeção nosocomial. "Leça da Veiga é um homem de uma cultura extraordinária, (…) coerente nos princípios que defende, um homem que se tem batido pelos princípios da integridade da profissão e da sociedade" conforme foi referido por colegas.

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"UMA CAMINHADA CONJUNTA"

31 de Março de 2023

Num encontro no Hospital de São José, Carlos Cortes lembrou o papel dos médicos na construção do passado, presente e futuro do sistema de saúde e garantiu que estará sempre na linha da frente da defesa de uma formação de qualidade e da humanização. Frisou ainda que a atualidade é uma oportunidade de uma mudança que tem que ser feita por todos, com valorização da liderança clínica naquilo que definiu como “uma caminhada conjunta”.

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MELHORAR A COMUNICAÇÃO MÉDICO/DOENTE

31 de Março de 2023

Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra está a desenvolver um estudo da viabilidade de um programa de formação para melhorar a comunicação médico-doente. O principal objetivo é desenvolver um programa de competências de comunicação entre médicos e doentes. Para isso, os investigadores estão a recolher informações prévias com a participação de médicos, especialistas e internos, de forma a perceber quais as principais áreas em que esse programa se deverá focar.

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É PRECISO “PUBLICAÇÃO URGENTE” DAS VAGAS PARA FIXAR MÉDICOS NO SNS

31 de Março de 2023

A Ordem dos Médicos manifestou ontem, através do seu bastonário, profunda preocupação face à incapacidade do Ministério da Saúde (MS) em contratar os recém-especialistas, formados este mês. Criticando a inação do MS, Carlos Cortes alerta que sem mapa de vagas não é possível garantir a permanência dos especialistas no serviço público e lembra que já em 2022 este processo de contratação foi desencadeado com mais de dois meses de atraso. O bastonário da Ordem dos Médicos deixou claro que esta é "uma situação intolerável", que não se pode repetir. No comunicado lê-se o alerta para a oportunidade de contratação que se pode perder se se repetirem esses atrasos: dos cerca de 1310 médicos candidatos que fizeram o exame final de especialidade em fevereiro/março, 355 são médicos de família, 159 internistas, 66 anestesiologistas, 28 ginecologistas/obstetras, 38 cirurgiões gerais, 22 médicos de Saúde Pública, 33 pneumologistas, 72 pediatras, 16 infeciologistas e 48 psiquiatras, entre outras especialidades. “É urgente contratar estes médicos que fazem falta no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. A Ordem dos Médicos tem conhecimento que as unidades privadas de saúde já estão a convidar e a preparar processos de recrutamento e, “enquanto isso, o SNS continua a definhar à espera das vagas, sem nenhuma capacidade competitiva”, acentua, lembrando que, durante este período, os médicos já especialistas permanecem no SNS mas com contrato como médicos internos. Esta é uma situação que considera “verdadeiramente imoral”. Carlos Cortes exorta assim o Ministério da Saúde à “ação urgente e consequente” e a não se ficar pelas palavras e promessas de forma a fixar estes especialistas no SNS o mais rapidamente possível.

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PADRÃO IMPREVISÍVEL DO VÍRUS TORNA INCERTA EVOLUÇÃO DA PANDEMIA, SEGUNDO A OMS

30 de Março de 2023

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a evolução da pandemia da covid-19 ainda é uma incerteza, alegando que o coronavírus SARS-CoV-2 continua a evoluir sem demonstrar um "padrão previsível". “Por um lado, estamos agora numa situação muito melhor, mas, por outro, não podemos prever com certeza absoluta como esta pandemia vai evoluir, com a exceção de que este vírus está para ficar”, adiantou responsável técnica da OMS. Segundo Maria Van Kerkhove, a nível global verifica-se uma elevada circulação do coronavírus SARS-CoV-2, apesar de o impacto ser menor do que nos primeiros anos da pandemia ao nível dos internamentos, dos cuidados intensivos e dos óbitos. Apesar dessa redução do impacto, a “ameaça não acabou”, alertou a especialista da OMS, ao salientar que ainda se regista entre 5.000 e 10.000 mortos por semana no mundo, a grande maioria pessoas mais idosas não vacinadas ou com a vacinação incompleta. “Uma das grandes incertezas que enfrentamos é o vírus em si mesmo, que não estabilizou num padrão previsível e continua a evoluir”, referiu Maria Van Kerkhove, ao recordar que a Ómicron é a variante de preocupação que continua predominante a nível global, com mais de 600 sublinhagens em circulação. A responsável técnica da organização para a pandemia reconheceu também que se vai “continuar a ver ondas de infeções”, mas salientou que os picos não deverão ser tão elevados com os anteriores, devido ao nível de imunização da população mundial. “Uma das coisas com que estamos muito preocupados é o potencial do vírus para mudar e ficar, não apenas mais transmissível, mas mais severo”, referiu a epidemiologista, adiantando que a OMS está a monitorizar a variante XBB.1.1.6, que tem uma mutação adicional na proteína `spike´ que, segundo estudos laboratoriais, poderá aumentar a infectividade. Segundo adiantou, a XBB.1.1.6 está em circulação há alguns meses e a maioria das sequências analisadas é proveniente da Índia.

PROFISSIONAIS DO SNS INSATISFEITOS COM A GESTÃO DAS UNIDADES DE SAÚDE

27 de Março de 2023

Os trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde sentem-se apoiados pelas suas equipas e chefias diretas, mas estão insatisfeitos com a gestão das unidades de saúde e com os recursos para desempenhar bem as respetivas funções, revela um estudo. Segundo os resultados de um inquérito distribuído aos profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), “é notório que os trabalhadores se sentem integrados e apoiados, quer pelas suas chefias diretas, como pelas suas equipas de uma forma global”. Foram 75% os trabalhadores que responderam que sabem o que é esperado que façam no seu trabalho e 70% sentem-se tratados com respeito pelos colegas, revelou a APAH (Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares), sublinhando que estes foram os temas com melhor desempenho do barómetro, “o que indica claramente uma identificação dos respondentes com as equipas em que se integram”. No entanto, apenas 34% dos que responderam ao inquérito consideram que têm tempo e os recursos necessários para desempenhar bem a sua função, tendo sido a dimensão sobre os recursos a que, agregadamente, apresenta a avaliação mais negativa por parte dos trabalhadores. Também baixos são os resultados sobre a gestão das respetivas unidades de saúde e a forma como as instituições valorizam o seu trabalho, com 56% dos inquiridos a fazer “uma avaliação negativa sobre a forma como os diferentes gestores das diversas instituições de saúde percecionam a atividade das organizações”. Apenas 20% dos trabalhadores consideram que conseguem influenciar a forma como as coisas são feitas nas suas instituições e apenas 18% sentem que o seu ponto de vista é ouvido. Quatro em cada cinco trabalhadores (80%) têm uma opinião desfavorável ou neutra sobre a forma como a sua instituição “celebra os sucessos dos trabalhadores”. O barómetro recolheu ainda mais de cinco mil sugestões de melhoria, a maior parte a pedir mais formação, desenvolvimento profissional e de competências, mas também a realçar a necessidade de melhorias ao nível da gestão. Segundo a APAH, os resultados deste barómetro “poderão servir de base à implementação de uma nova estratégia de gestão de recursos humanos do Serviço Nacional de Saúde, no sentido de promover uma melhoria da cultura organizacional”, já que esta é importante para a qualidade e segurança dos cuidados prestados. (Health News/Lusa)

MÉDICOS DEVEM SER PARTE DA SOLUÇÃO

25 de Marça de 2023

No salão nobre da OM no Porto, perante muitas dezenas de colegas, o bastonário da OM, Carlos Cortes, convidou todos os médicos, incluindo os que assumiram nesse dia funções em órgãos consultivos regionais, a honrando um nobre legado, assumirem a responsabilidade de procurarem ser parte da solução. "Não deixarei de ser interventivo e de me incomodar com as injustiças, nem de me incomodar com um SNS em degradação. Mas vou querer trabalhar muito convosco para encontrar soluções e propostas", afirmou.

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CELERIDADE E EFICÁCIA EM DEFESA DA QUALIDADE

25 de Março de 2023

Em diversas reuniões que tem mantido, o bastonário da OM fez questão de, em primeiro, ouvir os colegas para, em seguida, partilhar algumas preocupações perante a entropia que se verifica, por exemplo, nos processos de aprovação de programas de formação. Carlos Cortes quer celeridade e eficácia de todas as estruturas envolvidas (OM e MS) e deixou o compromisso de pugnar pela qualidade da medicina e pelo respeito por todos os médicos.

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MONUMENTO AOS MÉDICOS E OUTROS PROFISSIONAISARTICLE HEADLINE

25 de Março de 2023

Lisboa viu nascer um novo espaço de homenagem aos profissionais que combateram a pandemia, com especial destaque para médicos e enfermeiros, mas sem esquecer as forças de segurança e todos os outros profissionais que garantiram acesso a bens essenciais. Uma obra em calçada portuguesa que representa o sacrifício pessoal e familiar dos profissionais e a entrega ao próximo, inaugurada no passado sábado pelo presidente da CML e pelo bastonário da OM, Carlos Cortes, entre outros.

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CRISE DOS PROFISSIONAIS DE SAUDE EM TODA A EUROPA

23 de Março de 2023

As más condições laborais e salariais, o cansaço e o stress geraram uma crise nos profissionais de saúde da Europa, que é urgente enfrentar, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS). (Lusa)

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TRANSIÇÃO DIGITAL NA SAÚDE-PROCESSO CLÌNICO DIGITAL ÚNICO

23 de Março de 2023

 Foi entregue ao Sr Eng Carapuça,membro da Comissão de Acompanhamento do PRR,um parecer por ele solicitado,relativo ao Registo Eléctrónico de Saúde.O parecer é subscrito por todas as associações da Plataforma Reforçar o SNS.

O documento pode ser consultado na secção "Documentos".

CANCRO DA PRÓSTATA

21 de Março de 2023

58% dos doentes com cancro da próstata sentem que lhes falta informação geral sobre a doença e cerca de 45% afirmam que lhes falta informação sobre as opções terapêuticas. As conclusões são de um questionário da Associação Portuguesa de Urologia (APU) e da Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDP).“O questionário demonstrou que cerca de 50% dos doentes passam meses sem falar ou nunca falam sobre a doença com os seus familiares. É fundamental que a família incentive o diálogo em todas as fases da jornada de luta contra a doença e esteja ao lado do doente ao longo do processo”, reforça Joaquim Domingos, presidente da Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDP) e sobrevivente de cancro da próstata. (Sapo Saúde)

17 de Março de 2023

Veja o artigo completo aqui

EXTINÇÃO DAS ARSS

16 de Março de 2023

O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) admitiu que as Administrações Regionais de Saúde (ARS) deverão ser extintas até final do ano, num processo que espera que decorra “com tranquilidade”. À medida que as suas funções operacionais forem transferidas para as Unidades Locais de Saúde (ULS) e as funções de planeamento e organização passem para a Direção Executiva, as ARS “tenderão realmente a ser extintas, com tranquilidade e organização, sem vazios”, disse Fernando Araújo. Fernando Araújo disse que o objetivo é “retirar níveis administrativos ao sistema”, assumindo que serão necessárias alterações legislativas ao nível dos diplomas das várias instituições, mas garantiu que os profissionais que trabalham nas ARS serão mantidos. “Serão integrados naturalmente numa instituição ou noutra e tenderão até a ser valorizados do ponto de vista das funções”, afirmou. (Lusa/Health News)

VALIDADE DAS RECEITAS

16 de Março de 2023

O prazo das receitas e das prescrições de exames vai ser alargado para 12 meses, anunciou o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), explicando que desta forma se pretende reduzir as tarefas burocráticas dos médicos. “Estamos a trabalhar para que, dentro de muito pouco tempo, as receitas médicas e todas as prescrições de meios complementares de diagnóstico e terapêutica tenham a validade de 12 meses, ao invés de seis meses, ou até tempos mais curtos, dependendo do tipo de prescrição que é feita”, afirmou. “Estamos a falar de 600 a 700 mil contactos por ano (…). O tempo ocupado pelos médicos de médicos a fazer estes atestados (…) podia ser usado para consultas”, explicou o responsável, dizendo que esta medida terá “um enorme impacto”. (Lusa/Health News)

ESPERANÇA DE VIDA

16 de Março de 2023

A esperança de vida à nascença na União Europeia (UE) recuou novamente em 2021, para os 80,1 anos, estimando o Eurostat que ainda por causa do súbito aumento da mortalidade provocado pela pandemia da covid-19. (Lusa)

DISPONIBILIDADE DE DADOS

17 de Março de 2023

O presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, João Raposo alertou para a urgência de clarificar o acesso a dados de saúde no âmbito do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD), sublinhando que a falta de acesso impede o conhecimento da realidade. “É urgente clarificar”, alertou o responsável, sublinhando: “Os dados são tratados de forma anónima e em grandes grupos. O Observatório não publica análises de dados individuais, não tem nem nunca teve acesso a tal”. João Raposo lembrou que, para se conhecer a realidade e desenhar políticas públicas acertadas para resolver os problemas detetados, é essencial ter esta informação e recorda as diferentes interpretações que as instituições têm feito do acesso a dados de saúde no âmbito do RGPD. (Lusa)

CARLOS CORTES TOMOU POSSE COMO BASTONÁRIO DA OM

17 de Março de 2023

"Os desafios que enfrentamos como sociedade são imensos", razão pela qual o bastonário Carlos Cortes declarou no seu discurso de tomada de posse a intenção de ser "incansável na defesa da dignificação e respeito pela profissão médica", assim como "intransigente a defender a qualidade da Saúde e os nossos doentes". Depois de elencar alguns desses desafios que devemos vencer para que possamos ter uma saúde que valorize o papel indispensável dos cuidados de saúde primários, da prevenção da doença, da promoção e da literacia em saúde, Carlos Cortes frisou a crença de que "juntos podemos superar estes desafios". E porque "há quem ponha em causa", a legítima "ambição em termos uma melhor saúde, em defendermos os doentes e melhores cuidados de saúde", o dirigente máximo da OM, Carlos Cortes, fez questão de garantir a todos que nenhuma interferência "conseguirá silenciar os médicos, nem a intervenção da Ordem dos Médicos na defesa da qualidade técnica da Medicina". Decidido a definir um futuro em que os caminhos possam ser de diálogo e solução, Carlos Cortes, transmitiu, naquela que foi a sua primeira intervenção oficial como bastonário da Ordem dos Médicos, "uma ideia de esperança na qual o trabalho, a dedicação e o diálogo estarão sempre presentes". "Acredito na nossa capacidade coletiva, como médicas e médicos, em contribuirmos para uma sociedade mais justa e igualitária, mais desenvolvida e mais humanizada. (...) Muito obrigado por também acreditarem comigo."

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NOVO BASTONÁRIO FAZ “BALANÇO PREOCUPANTE” DA SAÚDE E CRITICA “NAVEGAÇÃO À VISTA” NO SNS

O novo bastonário da Ordem dos Médicos fez um “balanço preocupante” da saúde em Portugal, com a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) assente numas urgências “em dificuldades” e com uma gestão de “navegação à vista”. “O SNS afunda-se sob um sistema que assenta grande parte da sua resposta num serviço de urgência hospitalar em dificuldades, desvalorizando o papel indispensável dos cuidados de saúde primários, da prevenção da doença, da promoção e da literacia em saúde”, afirmou Carlos Cortes na sua tomada de posse. Na sua intervenção, salientou que a realidade do setor da saúde evidencia um “balanço preocupante”, em que as “intervenções eufémicas repetidas já não conseguem esconder o que está aos olhos de todos, sobretudo dos médicos e dos doentes”. O novo bastonário, citou dados que colocam Portugal, no âmbito da OCDE, “destacadíssimo no primeiro lugar” na utilização das urgências hospitalares. “Cada vez mais, a necessidade de ter cuidados de saúde em Portugal – independentemente da sua gravidade e natureza – afunila nos serviços de urgência abertos 24 horas por dia, por falta de alternativas viáveis”, alertou o patologista clínico, para quem “nenhum país do mundo resiste a este grau de `urgencialização´ de todo o sistema de saúde”. Segundo disse, as listas de espera para cirurgia e consultas “crescem exponencialmente na medida do tempo”, por insuficiência de recursos humanos, mas também por falta de salas de bloco operatório ou de gabinetes de consulta. “Não existe nenhum levantamento das necessidades e insuficiências que permita um verdadeiro planeamento económico, estratégico e de recursos humanos. Mantém-se, na gestão em saúde, o princípio arcaico da navegação à vista, sem qualquer perspetiva de médio ou longo prazo, ou sequer além de um mandato eleitoral”, lamentou o bastonário dos médicos. Já sobre a carreira e as condições de trabalho dos médicos, Carlos Cortes referiu ser “impossível de ignorar as dificuldades” sentidas por esses profissionais, que estão ainda sujeitos a uma “remuneração incompatível com o seu elevado grau” de diferenciação e responsabilidade. Este impacto é ainda sentido na “falta de condições de trabalho adequadas nos hospitais e nos centros de saúde, elementos desmotivadores que cursam com a dificuldade de captação e fixação dos recursos humanos médicos necessários ao funcionamento do SNS”, salientou. (Health News/Lusa)

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DIABETES E INSUFICIÊNCIA RENAL

10 de Março de 2023

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) alertou para o facto de cerca de 30% dos novos casos de diálise serem causados pela diabetes.  “A diabetes é uma doença que está na origem de muitas outras patologias, como é o caso da doença renal crónica. Os rins são afetados pelo nível elevado de açúcar no sangue, havendo gradualmente uma redução do seu funcionamento.”, explica João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP. Para o responsável, “é crucial haver um diagnóstico precoce, logo nas primeiras fases da doença renal, antes de esta chegar às suas formas mais graves”. (PR/HN/VC)

HOSPITALIZAÇÃO DOMICILIÁRIA

10 de Março de 2023

De acordo com os dados, os programas de Hospitalização Domiciliária do Serviço Nacional de Saúde (SNS) abrangeram 8.932 doentes no ano passado, mais 20,4% face a 2021, perfazendo 87.747 dias de internamento domiciliário, mais 24,9%, sendo o tempo médio de internamento dos doentes de 9,9 dias. O secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, adiantou que foram utilizadas 339 camas no domicílio em 2022, mais 29 do que em 2021, o que corresponde “a um hospital de média dimensão”. “É como se tivéssemos construído mais um hospital no SNS”, disse, explicando que as 339 camas estão distribuídas por 36 hospitais e centros hospitalares do país. (Lusa/Health News)

OBESIDADE E MEDICAMENTOS

9 de Março de 2023

A Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) e a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) apelam a um acesso equitativo a terapêuticas que ajudem a combater a obesidade, já que os medicamentos são caros e não são comparticipados. Estima-se que em Portugal 67,6% da população sofra de obesidade ou pré-obesidade. Segundo José Silva Nunes, presidente da SPEO é preciso “criar um grupo farmacoterapêutico de tratamento da obesidade” que inclua os três medicamentos que existem em Portugal para o efeito: orlistato (Xenical), Saxenda e Mysimba. Esta etapa é essencial para que depois se proceda à sua comparticipação, evitando que os obesos tenham de gastar entre “50 e 200 euros por mês” na farmácia para os adquirir. “Em vez de se atuar apenas no fim da linha, quando os doentes apresentam complicações como diabetes ou hipertensão, o sistema tem de se concentrar em promover a saúde, em garantir o acesso equitativo a ações de diagnóstico e de monitorização e à medicação, em particular numa fase em que já existem e continuam a surgir opções terapêuticas com resultados muito interessantes”, refere João Jácome de Castro, presidente da SPEDM. (Jornal de Notícias)

POLUIÇÃO AMBIENTAL

9 de Março de 2023

Quase toda a população mundial está exposta a partículas finas em suspensão no ambiente (PM2.5) acima dos limites considerados de segurança, indica um estudo global sobre poluição ambiental divulgado. Da responsabilidade da Universidade de Monash, Austrália, e publicado na revista "Lancet Planetary Health", o estudo, o primeiro mundial sobre poluição atmosférica diária, mostrou que quase nenhum lugar do mundo é seguro nesta matéria e que apenas 0,001% da população mundial está exposta aos níveis de poluição por PM2.5 abaixo dos limites da Organização Mundial de Saúde (OMS). Acima desse patamar seguro a OMS considera haver perigo para a saúde. No planeta, segundo as conclusões da investigação, só 0,18% da área terrestre está exposta a PM2.5 abaixo dos níveis de segurança recomendados pela OMS. As partículas em suspensão são partículas poluentes inaláveis inferiores a 2,5 micrómetros constituídas por partículas sólidas e gotículas, que entram nos pulmões e na corrente sanguínea, sendo umas emitidas diretamente e outras formadas quando os poluentes reagem na atmosfera, explica a Agência Europeia do Ambiente, segundo a qual as PM2.5 estão associadas a doenças e mortes causadas por doenças cardíacas e pulmonares. De acordo com o estudo, os níveis diários de partículas finas diminuíram nas últimas duas décadas, até 2019, na Europa e na América do Norte, mas aumentaram no sul da Ásia, na Austrália, na Nova Zelândia, e na América Latina e Caraíbas, com mais de 70% dos dias, em termos globais, a apresentarem níveis de PM2.5 acima do considerado seguro. Os autores do estudo salientaram que faltam estações de monitorização da poluição do ar a nível mundial, o que leva a falta de dados, uma lacuna que o estudo procurou colmatar. A equipa de investigação, liderada por Yuming Guo, da Escola de Saúde Pública e Medicina Preventiva da Universidade de Monash, Melbourne, usou observações tradicionais mas também detetores por satélite e métodos estatísticos. Com base nessa nova abordagem, de múltiplas informações meteorológicas e geológicas, foi possível concluir que apesar de um ligeiro decréscimo nos dias expostos a elevadas concentrações de PM2.5, em 2019 mais de 70% dos dias apresentaram concentrações de partículas finas acima dos valores recomendados pela OMS. A diretiva da 2021 da OMS recomenda como limites de concentração média anual de 5 µg/m3 -- microgramas por metro cúbico - , e média de 24 horas de 15 µg/m3). Pode consultar o artigo aqui. (Lusa)

METADADOS E PRIVACIDADE NA SAÚDE

9 de Março de 2023

Investigadores da Fraunhofer AICOS coordenam um projeto que, financiado em sete milhões de euros, visa colmatar as “lacunas existentes” ao nível da privacidade, segurança e representatividade dos dados recolhidos pelos sistemas de inteligência artificial usados na área da saúde. O projeto, intitulado AISym4MED, pretende resolver “limitações” da inteligência artificial em bases de dados clínicas relacionadas com “a falta de confidencialidade, privacidade e representatividade”, revelou hoje o investigador David Belo. “As bases de dados em saúde têm grandes problemas ao nível da privacidade e da segurança, mas também lhes falta representatividade e dados patológicos”, afirmou o coordenador do projeto, acrescentando ser por isso fundamental “parar de brincar com a inteligência artificial” e usá-la para “criar algo sério”. (Lusa)

OBESIDADE E DIABETES

8 de Março de 2023

A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) alerta para o facto de as pessoas com obesidade estarem 80 vezes mais em risco de desenvolverem diabetes tipo 2, reforçando a necessidade do aumento da capacidade de resposta e da comparticipação dos tratamentos. “Se conseguíssemos intervir antes de estas pessoas desenvolverem diabetes, poderíamos prevenir problemas de saúde significativos, como doenças cardíacas, doença renal crónica, neuropatia e retinopatia diabética, entre outros problemas, num grande número de pessoas.” No entanto, “o tratamento desta doença fica ainda muito aquém das necessidades atuais, havendo um grande caminho a percorrer. Além de as terapêuticas farmacológicas não terem comparticipação para a obesidade, também a inexistência de consultas multidisciplinares representa um entrave para o tratamento de pessoas sem poder monetário, o que trará consequências para os próprios, mas também para o SNS e o país”, explica a Carolina Neves, médica endocrinologista da APDP. (PR/HN/RA)

DIFERENÇAS DE PATOLOGIA CONFORME O SEXO

7 de Março de 2023

Um estudo espanhol conclui que 70% das mulheres acreditam que a perspetiva de género deve ser incluída na saúde para cuidados eficazes e, sendo o sexo decisivo na maioria das patologias, destaca como necessários diagnósticos e tratamentos diferenciados. Ainda se destaca que a perceção de que a perspetiva de género deve ser aplicada na saúde confirma a literatura científica publicada desde 2020, com mais de 5.000 estudos que reconhecem o sexo como determinante na maioria das patologias. Assim sendo, preconiza-se uma abordagem terapêutica específica na prevenção, cuidado e tratamento da mulher. Poderá consultar o relatório na íntegra aqui. (Lusa)

PREÇO DOS ALIMENTOS FRESCOS E OBESIDADE

6 de Março de 2023

Preço dos alimentos e pandemia podem inverter "alguma conquista" de Portugal no combate à obesidade. A bastonária da Ordem dos Nutricionistas (ON) avisou que o aumento do preço do cabaz alimentar aliado à pandemia pode inverter “alguma conquista” que Portugal tenha alcançado no combate à obesidade. (Lusa)

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January 1, 2025

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CANCRO DA MAMA

3 de Março de 2023

Investigador do instituto da Universidade do Porto introduziu na mosca da fruta um "gene humano envolvido no cancro da mama" e identificou as "moléculas chave" responsáveis pela progressão de lesões benignas para malignas. "Todas as mulheres diagnosticadas com lesões da mama não cancerígenas recebem tratamento farmacológico com fortes efeitos secundários, porque atualmente os médicos não conseguem prever que tumores não cancerígenos irão ou não progredir para uma doença maligna". Segundo o instituto, existe "uma clara necessidade de definir novos testes capazes de identificar as mulheres que irão beneficiar do tratamento e excluir as que não necessitam de passar por tratamentos desnecessários e nocivos". Poderá consultar o estudo na íntegra aqui. (Lusa)

PROCRIAÇÃO MEDICAMENTE ASSISTIDA

4 de Março de 2023

A Associação Portuguesa de Fertilidade (AP Fertilidade) manifestou-se contra o facto de estar atrasada a abertura do Centro do Algarve, o que obriga os casais a deslocar-se centenas de quilómetros para terem consultas com esse objectivo.

GRELHA SALARIAL DOS MÉDICOS

4 de Março de 2023

A Federação Nacional dos Médicos reuniu em 15.02.2023 com o Ministro da Saúde, sendo o objecto principal da reunião as grelhas salariais dos médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A porta-voz da NNAM, Joana Bordalo e Sá, fez declarações no final considerando inaceitável a proposta do Ministro. Considera que a proposta de haver uma compensação aumentando o pagamento das horas suplementares não resolve o problema. Os médicos, para estarem fixados ao quadro do SNS de forma atrativa têm que ter uma grelha salarial estabelecida e carreiras a funcionar que os recompensa da responsabilidade e do esforço do trabalho que executam (Lusa).


Deste modo mantém-se a convocatória e o pré-aviso de greve para 8 de Março.

ENCERRAMENTO DAS URGÊNCIAS DE PEDOPSIQUIATRIA DO HOSPITAL DONA ESTEFÂNIA

4 de Março de 2023

A Coordenação Nacional das Políticas de Saúde Mental afirmou que encerramento das urgências de pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia permite melhorar as respostas programadas, admitindo que a adaptação ao novo modelo “demore algum tempo”. “Esta reconfiguração teve como objetivo principal melhorar o acesso de crianças e adolescentes aos cuidados de saúde mental, tendo em conta os recursos humanos existentes nesta especialidade no momento presente”, justificam. (Lusa/Health News)

OBESIDADE MUNDIAL

3 de Março de 2023

Federação de obesidade estima que, em 12 anos, 51% da população mundial terá excesso de peso. Relatório estima que 3% do PIB mundial será o impacto económico desta epidemia. Ainda se revela que em 2035 a obesidade pode atingir mais do dobro da população infantil face a 2020, um aumento mais rápido do que o esperado, maior entre as meninas do que entre os rapazes. Nos países de baixos rendimentos, que são nove em cada dez países do mundo onde se espera o maior aumento — estima-se um maior crescimento da prevalência da obesidade seja ainda mais rápido, localizados na Ásia ou na África. (Lusa)

DECRETO-LEI SOBRE REMUNERAÇÃO DE HORAS SUPLEMENTARES

2 de Março de 2023

Os sindicatos representativos dos médicos alertaram que não é o pagamento de horas extras que vai fixar ou atrair médicos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas sim “salários base dignos” e “jornadas de trabalho adequadas”. O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) comentavam que o novo regime remuneratório do trabalho suplementar que reduz para 75% o valor pago aos médicos que façam horas extraordinárias nas urgências diurnas e internas dos hospitais, mas mantém os montantes para os serviços e períodos mais carenciados. Ressalvando não conhecer o diploma, a presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, afirmou que o importante não é discutir o valor das horas extras, mas “salários base dignos, com jornadas de trabalho adequadas”, porque só isso vai motivar e cativar os médicos a ficarem ou a voltarem ao SNS. “Os médicos continuam exaustos, continuam a sair todos os dias do Serviço Nacional de Saúde. Continuamos com imensos doentes sem médico de família e as urgências hospitalares poderão efetivamente ficar também com carência de médicos, tendo em conta este tipo de medidas que são apenas pensos rápidos e não medidas estruturais que é o que se impõe e o que é necessário para o Serviço Nacional de Saúde pela parte dos médicos”, sustentou. Esta posição é partilhada pelo secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, que reafirmou que a questão da fixação de médicos no SNS tem fundamentalmente a ver com a negociação que está a ser feita sobre uma nova grelha salarial e melhoria de condições de trabalho no SNS em termos de equipamentos e de instalações. O dirigente sindical disse estar a aguardar a publicação do diploma em Diário da República, mas referiu que em relação à proposta feita há cerca de duas semanas se verifica “uma melhoria efetiva“. (Lusa)

APOSENTAÇÕES

2 de Março de 2023

Cerca de um em cada quatro médicos tem mais de 65 anos, um envelhecimento da classe que resultará numa vaga de cerca de 5.000 aposentações até 2030 , “A presente década de 2020–2030 será marcada por um elevado volume de aposentações de médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Prevê-se neste período a aposentação de cerca de cinco mil médicos, a que acresce a aposentação de médicos que trabalhem exclusivamente no setor privado”, refere o documento dos investigadores Pedro Pita Barros e Eduardo Costa. Poderá consultar o documento na íntegra aqui. (Lusa/Health News)

POSIÇÃO DO MINISTRO DA SAUDE SOBRE AS NECESSIDADES DE PEDO-PSIQUIATRIA

2 de Março de 2023

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, reconheceu que há um défice de pedopsiquiatras no Serviço Nacional de Saúde (SNS) em relação às necessidades, estimando que seriam necessários cerca de 200 especialistas e existem 132. Manuel Pizarro assegurou que estão a trabalhar para alargar o atendimento às questões de saúde mental, mas esclareceu que estes problemas não são só tratados por especialistas em psiquiatria da infância e da adolescência. O ministro adiantou que estes especialistas “são necessários, felizmente, apenas para os casos mais graves e mais complexos, havendo “muitos outros casos que podem ser tratados pelos médicos de família, pelos psicólogos nos centros de saúde, que é preciso aumentar mais, e por outros profissionais de saúde. (Lusa/Health News)

INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ (IVG)

2 de Março de 2023

Perto de 30% dos hospitais públicos não asseguram a consulta de interrupção voluntária da gravidez (IVG), referenciando as mulheres para outras unidades do Serviço Nacional de Saúde ou para unidades privadas, revelou o Inspetor-Geral das Atividades em Saúde. “Vamos investigar a fundo o que é que se passa com a resposta do Serviço Nacional de Saúde à interrupção da gravidez, vamos emitir recomendações quando se justificarem, para corrigir aspetos que possam não estar a ser postos em prática da melhor forma, e vamos responsabilizar alguém que esteja a incumprir as leis de uma forma que é sempre inaceitável”, declarou. (Lusa/Health News)

DIA MUNDIAL DO LINFEDEMA

Sessão "Linfedema e Vestuário Compressivo" | 06.03.2023

O Linfedema é uma patologia mal conhecida!
 

Nos países ocidentais a principal causa de LINFEDEMA está associada ao tratamento do cancro da mama!
É uma situação CRÓNICA, que não tem cura, mas que tem TRATAMENTO – Terapia Linfática Descongestiva - que se realiza no Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte.
No dia 6 de março, o serviço de Medicina Física e de Reabilitação deste Centro Hospitalar vai assinalar a data através de uma Exposição de Posters e Fotografias, no 2º piso do Hospital de Santa Maria, e de uma Sessão de esclarecimento – “Linfedema e vestuário compressivo”, na Associação Amigas do Peito às 15 horas.


Programa da Sessão: aqui


Dr.ª Fernanda Gabriel
Médica Fisiatra, coordenadora do Serviço de Medicina Física e Reabilitação do Hospital de Santa Maria

ENFARTES DO MIOCÁRDIO

27 de Fevereiro de 2023

Em 2022 o INEM encaminhou para os hospitais 1566 enfartes do miocárdio. Este aumento de 73% em relação a 2021 é devido, pelo menos em parte a um novo sistema de alerta intitulado INEM Tool for emergency Alert Medical System (ITEAMS), o que permite uma intervenção mais rápida nesta situação aguda. (fonte Lusa)

Genéricos
O uso de medicamentos genéricos em vez dos de marca original, quando esta perde o brevet poupou 509 milhões de Euros ao Estado e às pessoas, na parte que constitui comparticipação própria, durante o ano de 2022. (fonte Lusa).

Partos naturais e cesarianas
No ano de 2021 houve em Portugal continental 75.468 partos. Dentro destes houve 37% de cesarianas e 321 óbitos fetais e neonatais. De destacar que nos serviços privados foram 65,9% de cesarianas, enquanto nos públicos foram 20,7%. O peso
desta percentagem nos estabelecimentos privados faz com os números portugueses
tenham má representação nas estatísticas europeias.

Exercício físico
Em 2016 a OCDE colocava Portugal na cauda dos países em termos de prática de exercício físico. Entre os adultos 45% não o praticavam. Pior do que a avaliação de todos os países dos 27 da União Europeia, que de qualquer modo são pouco praticantes – 35,7% dos adultos não têm actividade física suficiente. O melhor é a Finlândia.
Em 2022 o Euro barómetro indica que só 38% dos adultos da União Europeia faz exercício 1 vez por semana e 6% cinco vezes. Entre os adolescentes, os que praticam menos exercício físico estão na Itália, França e Portugal. Segundo o mesmo estudo a avaliação entre 2017 e 2022, com agravamento dos números, põe a hipótese de a
pandemia ter piorado a situação.

APRESENTAÇÃO PÚBLICA" MOVIMENTO LIFE - LIDERANÇA NO FEMININO NA SAÚDE"

2 DE MARÇO | 14H00 - 17H00 | CENTRO CULTURAL DE BELÉM

‘Movimento Life - Liderança no Feminino na Saúde’ quer ajudar a que mais mulheres ocupem lugares de topo na saúde


Lisboa, 22 de fevereiro de 2023 - Globalmente, existem 38% de mulheres em lugares de topo na Saúde, área em que 75% da força total de trabalho é feminina. Portugal é também o espelho desta realidade. É por isso que Faces de Eva: Estudos sobre a Mulher/CICS.NOVA (NOVA FCSH) e a Roche apresentam, no próximo dia 2 de março, pelas 14h00, no Centro Cultural de Belém, Sala Luís de Freitas Branco, o Movimento Life - Liderança no Feminino na Saúde.

Reserva de presenças até 26 de fevereiro para o email: facesdeeva@fcsh.unl.pt 

No evento, aberto a toda a sociedade, será apresentada a iniciativa e ainda um estudo inédito sobre a realidade da liderança feminina no sector da saúde em Portugal. Haverá ainda espaço para reflexão sobre esta temática e apresentação de ideias práticas a implementar neste âmbito. 


O Movimento Life - Liderança no Feminino na Saúde pretende ser uma iniciativa contínua para conduzir a uma mudança de comportamentos e ações que contribuam para uma maior paridade na liderança no setor da Saúde. Além disso, pretende-se, com a mesma iniciativa, a médio e longo prazo, caminhar para uma sensibilização das desigualdades na saúde das mulheres, em prol de uma saúde melhor para todos.


Esta é uma iniciativa conjunta de Faces de Eva. Estudos sobre a Mulher/CICS.NOVA (NOVA FCSH) e da Roche mas que agrega mais de 30 embaixadoras que quiseram juntar-se a este Movimento.


Programa completo abaixo. 

8 de Janeiro de 2023

UMA EM CADA 4 PESSOAS NÃO SEGUE INDICAÇÕES DE PRESCRIÇÃO DE ANTIBIÓTICOS

8 de Janeiro de 2025

Um quarto dos inquiridos num estudo nacional sobre o uso de antibióticos não segue as indicações de prescrição e mais de sete em cada dez não conseguem identificar o que tomaram. De acordo com este estudo, feito pelo Grupo de Investigação e Desenvolvimento em Infeção e Sépsis (GIS-ID), com o apoio do Centro de Estudos Aplicados da Universidade Católica Portuguesa, apesar de ter melhorado o número dos confessaram não seguir a prescrição face aos valores de 2020 (1/3), ainda assim “é um fator de preocupação”. “Há um nível de falência dos tratamentos por causa disso”, disse o presidente do GIS-ID, João Gonçalves Pereira”, que alerta para a importância de as pessoas “se responsabilizarem pela sua saúde”. O responsável lembra que, “quando se começa o tratamento, os sintomas diminuem, mas sem resolver infeção e, se a pessoa interrompe o tratamento, isso facilita a recidiva da infeção e essa recidiva pode ser mais complicada, porque pode parecer sobre a forma de abcesso, implicando tratamento com medicação, mas também tratamento cirúrgico”. Além disso – sublinha – “mais importante do que a pessoa interromper precocemente é o problema de não cumprir o horário. Isto provoca uma exposição em concentrações subterapêuticas, o que facilita (…) o aparecimento de baterias, no limite, com resistências”. O estudo – semelhante ao realizado em 2020 – mostra que aumentou o valor (80%) dos que apenas tomam antibióticos quando prescritos pelo médico (era 66% em 2020). “Parece haver maior adesão ao conselho médico, mas há uma grande desresponsabilização das pessoas pela sua própria saúde”, sublinha o presidente do GIS-ID. O estudo, que pretendeu avaliar o estado atual do conhecimento dos portugueses em relação ao consumo de antibióticos e o potencial impacto destes comportamentos no problema da resistência aos antimicrobiano, mostra que 77% não consegue identificar o antibiótico que toma e nem sempre quem diz saber os identifica corretamente. Os dados revelam ainda que aumentou o número de pessoas que referem que a duração do tratamento é a informação mais importante ao ser-lhe prescrito um antibiótico (de 37% em 2020 para 52% em 2022). Sobre a importância de entregar os medicamentos que já não usa nas farmácias, apenas metade dos inquiridos disse que o faz. São principalmente as mulheres (30% vs. 20% dos homens).

(Lusa/Health News/ in Diário Farmacêutico de 30/01/23)

A SAÚDE NO REINO UNIDO

8 de Janeiro de 2025

No NHS em Inglaterra 7 milhões de pessoas esperam por tratamento. Num mês, 38.000 pessoas esperaram mais que 12 horas para a admissão numa cama hospitalar; em mês homólogo
de 2020 só esperavam 1000 pessoas. As mortes aumentaram em média 20% nos últimos 5 anos. Os médicos de Medicina Geral e Familiar (GP’s) encurtaram 42.000 equivalentes de tempo completo. “As pessoas que estão no Poder, hoje em dia aristocratas, parecem esquecer-se das estatísticas e estão ainda menos preocupadas com as vidas que estão a ser atingidas atrás de cada número”. Pode haver progressos técnicos nos
procedimentos, mas na linha da frente do Serviço de Saúde há a sensação do colapso do sistema. Esta situação afecta sobretudo os mais vulneráveis, sobretudo os idosos. Mas estão reduzidos a números, a estatísticas. E claro que prolongam o tempo de hospitalização. A crise do Serviço Nacional de Saúde (NHS) tem que incluir “Cuidados”. “Usando uma frase de Shakespeare “a relação amor-ódio entre a medicina e a aristocracia”, o que começa mal, acaba mal.


(British Medical Journal, Kamran Abbasi, editor chefe, 2023: 380:133)

INTERVENÇÃO DE AGUINALDO CABRAL, EM DEBATE, NO HOTEL ROMA, ORGANIZADO PELO PCP, SOBRE "A SAÚDE NA GRAVIDEZ, NO PARTO E NA INFÂNCIA - PAPEL DO SNS".

8 de Janeiro de 2025

Intervenção de Aguinaldo Cabral, em Debate, no Hotel Roma, organizado pelo PCP, sobre "A Saúde na Gravidez, no Parto e na Infância - Papel do SNS", com o título "A Criança como sujeito de direitos fundamentais. A importância de políticas progressistas para o Crescimento e o Desenvolvimento das Crianças e Jovens".

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INSTITUTO CONTRA A DROGA E OUTRAS DEPENDÊNCIAS VOLTA A SER AUTÓNOMO

2 de Março de 2023

O Governo português está a planear reformular o modelo organizativo da área de comportamentos aditivos e dependências, retirando o tratamento da dependência do álcool e das drogas das administrações regionais de saúde. Essa mudança visa recriar uma instituição com autonomia e meios para responder ao uso problemático de drogas, ao mesmo tempo que procura garantir uma coexistência pacífica com os centros de saúde, hospitais e cuidados de saúde mental.

Em 2011, a extinção do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) fragmentou as competências e respostas na área de comportamentos aditivos e dependências, o que resultou numa degradação das respostas e retirada de muitos profissionais. Desde então, profissionais do setor reivindicaram repetidamente o regresso ao anterior modelo. O novo organismo, que poderá ser denominado Instituto das Adições (IA), irá abranger não apenas as dependências de drogas e álcool, mas também as dependências relacionadas ao jogo e aos ecrãs.

A proposta está a ser elaborada pelo coordenador nacional para os problemas relacionados com drogas, João Goulão, a pedido do Governo. Em Outubro de 2020, Pizarro defendeu a urgência de reverter a extinção do IDT e equiparou a extinção daquele organismo a "um erro que tarda em ser corrigido". Emídio Abrantes, médico e porta-voz do chamado "Grupo de Aveiro", que dinamizou a recolha de assinaturas entre os que reivindicam o regresso ao modelo antigo, diz-se expectante. Ele sustenta que a nova estrutura terá de ter assegurada uma "coexistência pacífica" com os centros de saúde, os hospitais e os cuidados de saúde mental.

A criação do Instituto das Adições (IA) visa recriar uma instituição com autonomia e meios para responder ao uso problemático de drogas e outras adições. É importante que a nova estrutura tenha assegurada uma "coexistência pacífica" com os centros de saúde, hospitais e cuidados de saúde mental para garantir uma abordagem abrangente e eficaz.

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UMA EM CADA 4 PESSOAS NÃO SEGUE INDICAÇÕES DE PRESCRIÇÃO DE ANTIBIÓTICOS

Um quarto dos inquiridos num estudo nacional sobre o uso de antibióticos não segue as indicações de prescrição e mais de sete em cada dez não conseguem identificar o que tomaram. De acordo com este estudo, feito pelo Grupo de Investigação e Desenvolvimento em Infeção e Sépsis (GIS-ID), com o apoio do Centro de Estudos Aplicados da Universidade Católica Portuguesa, apesar de ter melhorado o número dos confessaram não seguir a prescrição face aos valores de 2020 (1/3), ainda assim “é um fator de preocupação”. “Há um nível de falência dos tratamentos por causa disso”, disse o presidente do GIS-ID, João Gonçalves Pereira”, que alerta para a importância de as pessoas “se responsabilizarem pela sua saúde”. O responsável lembra que, “quando se começa o tratamento, os sintomas diminuem, mas sem resolver infeção e, se a pessoa interrompe o tratamento, isso facilita a recidiva da infeção e essa recidiva pode ser mais complicada, porque pode parecer sobre a forma de abcesso, implicando tratamento com medicação, mas também tratamento cirúrgico”. Além disso – sublinha – “mais importante do que a pessoa interromper precocemente é o problema de não cumprir o horário. Isto provoca uma exposição em concentrações subterapêuticas, o que facilita (…) o aparecimento de baterias, no limite, com resistências”. O estudo – semelhante ao realizado em 2020 – mostra que aumentou o valor (80%) dos que apenas tomam antibióticos quando prescritos pelo médico (era 66% em 2020). “Parece haver maior adesão ao conselho médico, mas há uma grande desresponsabilização das pessoas pela sua própria saúde”, sublinha o presidente do GIS-ID. O estudo, que pretendeu avaliar o estado atual do conhecimento dos portugueses em relação ao consumo de antibióticos e o potencial impacto destes comportamentos no problema da resistência aos antimicrobiano, mostra que 77% não consegue identificar o antibiótico que toma e nem sempre quem diz saber os identifica corretamente. Os dados revelam ainda que aumentou o número de pessoas que referem que a duração do tratamento é a informação mais importante ao ser-lhe prescrito um antibiótico (de 37% em 2020 para 52% em 2022). Sobre a importância de entregar os medicamentos que já não usa nas farmácias, apenas metade dos inquiridos disse que o faz. São principalmente as mulheres (30% vs. 20% dos homens).

(Lusa/Health News/ in Diário Farmacêutico de 30/01/23)

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A SAÚDE NO REINO UNIDO

No NHS em Inglaterra 7 milhões de pessoas esperam por tratamento. Num mês, 38.000 pessoas esperaram mais que 12 horas para a admissão numa cama hospitalar; em mês homólogo
de 2020 só esperavam 1000 pessoas. As mortes aumentaram em média 20% nos últimos 5 anos. Os médicos de Medicina Geral e Familiar (GP’s) encurtaram 42.000 equivalentes de tempo completo. “As pessoas que estão no Poder, hoje em dia aristocratas, parecem esquecer-se das estatísticas e estão ainda menos preocupadas com as vidas que estão a ser atingidas atrás de cada número”. Pode haver progressos técnicos nos
procedimentos, mas na linha da frente do Serviço de Saúde há a sensação do colapso do sistema. Esta situação afecta sobretudo os mais vulneráveis, sobretudo os idosos. Mas estão reduzidos a números, a estatísticas. E claro que prolongam o tempo de hospitalização. A crise do Serviço Nacional de Saúde (NHS) tem que incluir “Cuidados”. “Usando uma frase de Shakespeare “a relação amor-ódio entre a medicina e a aristocracia”, o que começa mal, acaba mal.


(British Medical Journal, Kamran Abbasi, editor chefe, 2023: 380:133)

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INTERVENÇÃO DE AGUINALDO CABRAL, EM DEBATE, NO HOTEL ROMA, ORGANIZADO PELO PCP, SOBRE "A SAÚDE NA GRAVIDEZ, NO PARTO E NA INFÂNCIA - PAPEL DO SNS".

Intervenção de Aguinaldo Cabral, em Debate, no Hotel Roma, organizado pelo PCP, sobre "A Saúde na Gravidez, no Parto e na Infância - Papel do SNS", com o título "A Criança como sujeito de direitos fundamentais. A importância de políticas progressistas para o Crescimento e o Desenvolvimento das Crianças e Jovens".

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PORTUGAL VOLTOU A ULTRAPASSAR A BARREIRA DOS 80 MIL NASCIMENTOS EM 2022

Portugal voltou a ultrapassar a barreira dos 80.000 nascimentos em 2022, após a quebra histórica da natalidade em 2021, revelam dados baseados no “teste do pezinho”, segundo os quais nasceram mais 4.219 bebés no ano passado comparativamente ao anterior.

Segundo os dados do Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), que cobre a quase totalidade de nascimentos em Portugal, foram estudados 83.436 recém-nascidos em 2022, um aumento de 5,3% relativamente a 2021 (79.217), ano em que Portugal registou o menor número de nascimentos.

Antes deste mínimo registado em 2021, o número mais baixo tinha sido verificado em 2014, com 83.100 exames realizados no país, e o mais alto no ano de 2000 (118.577), segundo dados consultados pela Lusa.

Setembro foi o mês que registou o maior número de “testes do pezinho” no ano passado (7.979), seguido de agosto (7.862), novembro (7.544), outubro (7.147), março (7.097), maio (6.915), junho (6.904), dezembro (6.744), julho (6.763), janeiro (6.482), fevereiro (6.049) e abril (5.950), precisam os dados avançados à agência Lusa pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), coordenador do programa de rastreio.

Os dados indicam que os Açores foram a única região do país que rastreou menos recém-nascidos em 2022 face ao ano anterior, totalizando 1.997, menos seis do que em 2021, e Portalegre igualou o número de nascimentos (584).

Lisboa foi a cidade que rastreou mais recém-nascidos, totalizando 24.842, mais 1.348 comparativamente a 2021, seguida do Porto, com 15.255, mais 519 face ao ano anterior.

Braga registou 6.407 nascimentos em 2022, mais 574 relativamente a 2021, e Setúbal 6.373, mais 454, adiantam os dados do “teste do pezinho”, realizado a partir do terceiro dia de vida e que permite detetar 27 doenças, possibilitando uma atuação precoce e um desenvolvimento mais saudável das crianças.

Comentando estes dados à Lusa, a demógrafa Maria João Valente Rosa destacou o facto de Portugal ter voltado a ultrapassar a barreira dos 80.000 nascimentos, “o número psicológico” que se tem na cabeça quando se fala de poucos nascimentos. A professora universitária da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa adiantou que estes dados e os dados do Instituto Nacional de Estatística, que reportam a novembro de 2022, também indicam que o saldo natural (a diferença entre os que nascem e os que morrem) será “menos baixo do que em 2021”, ano em que morreram mais de 45.000 do que aquelas que nasceram. “Em 2022, em virtude deste aumento dos nascimentos, que não é muito significativo, e também pela evolução dos óbitos, podemos concluir que o saldo natural não seja tão negativo quanto foi em 2021, mas mesmo assim vai ser muito negativo”, sublinhou.

Segundo a demógrafa, o que se está a assistir “é o resultado de algo que aconteceu no passado muito recente, que levou ao retardar do projeto de parentalidade” na altura da pandemia de covid-19 por medo, insegurança, instabilidade, nomeadamente laboral, entre outras razões. Na sua perspetiva, estes nascimentos são em parte resultado dessa decisão que acabou por se concretizar ainda em 2021 com resultados em 2022.

“Este retardar do projeto pode também fazer com que, em muitos casos, um segundo e terceiro nascimento não venha a acontecer mesmo que as pessoas queiram, porque o período fértil da mulher é limitado e a capacidade biológica para se ter filhos vai diminuindo a partir dos 35”, explicou.

(Lusa, 18/01/23)

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BY FAILING OLDER PEOPLE WE PERPETUATE THE HEALTH SERVICE CRISISBY FAILING OLDER PEOPLE WE PERPETUATE THE HEALTH SERVICE CRISIS

The numbers speak for themselves—and yet they don’t. Over seven million people in England waiting for NHS treatment; 38 000 people in one month waiting for more than 12 hours for
admission to a hospital bed, when it was 1000 people waiting in the same month two years ago; primary care short of 42 000 full time equivalent GPs; and deaths running 20% above the five year average (doi: 10.1136/bmj.p88 ). 
Yet behind each statistic more than one life is affected. Each waiting list delay, each prolonged admission or deferred GP consultation, each hunt for a social care bed, each excess death, each
overworked shift in the health service is more than one life affected. It is a family, a friendship circle, a care network, a working environment, a society being stretched to its limits. Away from the numbers, beyond these horrific statistics, lies a burden that is undocumented and hidden.
People in power, today’s aristocrats, seem oblivious to the statistics and even less concerned with the lives being disrupted behind each number.
Primary and secondary care staff across the UK talk of unprecedented pressure, of exhaustion, and of the unbearable burden of delivering suboptimal care in one of the world’s richest countries (doi: 10.1136/bmj.p11  doi: 10.1136/bmj.p93  doi: 10.1136/bmj.p91  doi: 10.1136/bmj.p103  doi: 10.11
36/bmj.p119 ). 

Training is in tatters (doi: 10.1136/bmj.p116 ). A doctors’ strike is imminent (doi: 10.1136/bmj.p95 ). A decade of “managed decline,” as featured in a government commissioned report (doi: 10.1136/bmj.p71  is exacting a harsh toll. Of course, there can be
improvements in clinical practice and processes, but the clear sense from voices at the front line of the health service is of a systemwide collapse.
Amid this mayhem, staff bring solutions: ideas to tackle the immediate and medium term challenges they face (doi: 10.1136/bmj.p88 ). They bring self-sacrifice, although self-sacrifice isn’t
a viable long term strategy (doi: 10.1136/bmj.p41 ). 10  Methodologists bring new concepts, such as
clinicians’ time needed to treat (doi: 10.1136/bmj-2022-072953 ), that will allow better workload
management. People also cling to hope that, as Helen Salisbury describes, “the year will turn, the
viruses will retreat, and all governments eventually fall” (doi: 10.1136/bmj.p111 ).
The toll falls mostly on vulnerable people, especially older people. More than any other group they have become mere statistics. Bed blockers in hospital and bed blockers in social care—whether another older person dies in social care, in hospital, or at home, it has regrettably become just a
number. We must ask ourselves whether as a society we are offering older people the care, dignity, and consideration they deserve.
Older people are the most vulnerable to covid-19 and other respiratory infections; they are the
most affected by waiting lists and delays in emergency departments; and they may well benefit the most from a properly functioning primary care service. Even as the clinical features of covid evolve (doi: 10.1136/bmj.p3 ),  delirium in older people remains a clinical challenge that is hard
on patients and prolongs hospital admissions. Resolving the NHS crisis, therefore, requires a sharp focus on care for older people (doi: 10.1136/bmj.p97 ). 14  And that focus involves a greater deal of complexity than simply providing an exit route from hospital care (doi: 10.1136/bmj.p83 ).The numbers here do speak
for themselves. A real terms funding  cut of around £20bn across the NHS and social care is being met with a sticking plaster of anywhere between £200m and £500m (doi: 10.1136/bmj.p71 ).
Unlike All’s Well that Ends Well, Shakespeare’s examination of the “love-hate relationship between
medicine and the aristocracy” (doi: 10.1136/bmj.p104 ), 16  as things stand, all may not end well.

BMJ 2023;380:p133

Kamran Abbasi, editor in chief

Author affiliations kabbasi@bmj.com

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(Published 19 January 2023)

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REFORMA DE SERVIÇOS DE SAÚDE MENTAL CONCLUÍDA DENTRO DE "TRÊS
OU QUATRO ANOS"

O diretor do programa nacional de Saúde Mental anunciou que em “três ou quatro anos” estará concluída a reforma dos serviços desta área, incluindo a criação das 40 equipas comunitárias previstas no Plano de Recuperação e Resiliência. Dentro de três ou quatro anos isso está tudo feito, não antes. As 40 equipas estarão formadas e o resto do país estará reorganizado. Acho que não é ser demasiado otimista prever uma coisa dessas”, afirmou Miguel Xavier na audição no grupo de trabalho de saúde mental da Comissão parlamentar de Saúde. Segundo adiantou, a prestação de cuidados na área da saúde mental tem de ser feita de uma forma multidisciplinar por equipas compostas por psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais. Miguel Xavier avançou que o desenvolvimento das equipas comunitárias já está a ser feito através do “aumento do número de pessoas”, na sequência da inscrição no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) da constituição de 40 dessas equipas, algumas já criadas. “É muita gente, são 300 pessoas de novo a trabalhar na saúde mental” e que estão a ser distribuídas pelas cinco regiões de saúde de Portugal continental – Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, avançou o diretor nacional. Destas 40 equipas, 20 destinam-se a trabalhar com adultos e as restantes 20 com crianças e adolescentes, que vão ser também distribuídas de acordo como os “sítios que estão mais privados de pessoal”, adiantou. De acordo com Miguel Xavier, além das equipas previstas no PRR, e para evitar que o país tivesse um “sistema dúplice” na prestação de cuidados de saúde mental, foi necessário “transformar os recursos que já existem, reorganiza-los, no sentido de assumirem a forma de equipas comunitárias”. “É isso que está a começar a ser feito este ano”, também através de formação para estas novas equipas, adiantou Miguel Xavier aos deputados. A reforma da saúde mental que o Governo quer concluir até final de 2026 recorre a 88 milhões de euros para investimentos nesta área, disponíveis no âmbito do PRR. Entre as medidas previstas consta, na área dos cuidados hospitalares, a construção quatro novas unidades de internamento em hospitais gerais e a eliminação dos internamentos de doentes agudos em hospitais psiquiátricos.


(Lusa/in Diário Farmacêutico de 20/01/23)

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PAGAMENTOS EXTRA A ESPECIALISTAS DE GINECOLOGIA /OBSTETRÍCIA

O CEO da estrutura da Saúde, Francisco Araújo anunciou que será actualizado o pagamento feito a profissionais nos exames Pré-Natal e na Reprodução Medicamente
assistida, no sentido de motivar os especialistas a permanecerem no serviço público.
Esta medida parece estar na linha de incentivos avulso, conjunturais e portanto referentes a financiamento ocasional. Ora o que pode atrair os especialistas é a renovação dos salários e das carreiras, visto
lhes permitir um planeamento e uma perspectiva em relação ao futuro.
Também a Comissão que fora nomeada para propor soluções para as urgências desta especialidade, distancia-se da proposta de fecho alternado de urgências, que não tem
origem na comissão, sendo apenas uma solução conjuntural entre outras e explicando que só a revisão de carreiras atrairá novos médicos e nomeadamente especialistas
para o serviço público. Daniel Ferro, em artigo de opinião no Público, explica a realidade dos serviços clínicos de internamento, mas quanto à situação da urgência esta só se resolverá com outro regime de carreiras, salários e participação dos
Cuidados Primários.

I.C.

BALCÃO SNS 24 DIRIGIDO A IDOSOS E PESSOAS EM SITUAÇÃO DE DEPENDÊNCIA

O primeiro balcão SNS 24 dirigido a idosos e pessoas em situação de dependência foi inaugurado em Arcos de Valdevez, dando início ao projeto de alargamento desta funcionalidade às entidades do setor social e solidário. Trata-se de um projeto conjunto dos ministérios da Saúde e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social que será aplicado de forma faseada e progressiva, numa primeira fase, nos lares de idosos e nas unidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) que pertençam às áreas de influência de Unidades Locais de Saúde, prevendo-se o alargamento às restantes respostas sociais numa fase posterior, adianta o Governo.

(Lusa/in Diário farmacêutico de 20/01/23)

INFARMED

O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa encerrou a Sessão Inaugural das Comemorações dos 30 anos do INFARMED, I.P., condecorando a instituição com as insígnias de Membro Honorário da Ordem do Mérito. Relativamente ao contributo do INFARMED no percurso da sua história, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que “através da sua conduta e da credibilidade ganha ao longo destas três décadas, a confiança da população em Portugal, quanto à utilização de medicamentos e produtos de saúde, tornou-se inquestionável”, acrescentando relativamente à área internacional o “grande contributo para a diplomacia do nosso país”, destacando o INFARMED como “uma das mais sólidas agências reguladoras, projetando Portugal para além das suas fronteiras”.

(Diário farmacêutico de 20/01/2023)

EMA

A partir do dia 31 de Janeiro de 2023, o uso do Clinical Trials Information System (CTIS; sigla em inglês), será mandatório para as novos pedidos de ensaios clínicos, servindo como ponto único ponto de entrada para submissões dos patrocinadores e dos reguladores. Como o marco da implementação se aproxima, foi realizada uma reunião ad hoc no dia 18 de Janeiro de 2023, em que o Conselho de Administração da Agência Europeia do Medicamento, recebeu uma autorização das melhorias recentas introduzidas e do progresso feito até ao momento para se tornar o seu uso obrigatório. 

(Diário farmacêutico de 20/01/2023)

EMA

A Agência Europeia do Medicamento, juntamente com a European Food Safety Authority (EFSA, sigla em inglês), publicaram um relatório conjunto sobre o desenvolvimento de uma abordagem harmonizada para a avaliação da exposição alimentar de pessoas a resíduos de medicamentos veterinários, aditivos alimentares e pesticidas em alimentos de origem animal na União Europeia. 

(Diário farmacêutico de 20/01/2023)

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COMUNICADO DA ASSOCIAÇÃO DE MÉDICOS PELO DIREITO A SAÚDE (AMPDS)

QUALIDADE ASSISTENCIAL EM PROXIMIDADE

“NASCER EM SEGURANÇA NO SNS”

Os princípios que regem a segurança e eficácia em Obstetrícia, têm de ter
em conta a especificidade do tipo assistencial (médico/cirúrgico), e do que deve ser o atendimento num bloco de partos.
Nenhuma situação como a de um parto, tem um risco tão previsível de,
quando menos se espera, poder surgir uma complicação ou mesmo uma
emergência, que irá envolver em simultâneas mães e RNs.
Por esse facto, deve existir sempre a disponibilidade assistencial de
anestesia, serviço de sangue, médicos obstetras, neonatalogistas e
enfermeiras especialistas nesta área, em número suficiente, segundo as
normas das boas práticas em obstetrícia.
O parto seguro tem a ver com as condições que envolvem o trabalho de
parto e o parto.
A saída de profissionais de saúde, como médicos e enfermeiras para os
hospitais privados e para a emigração ou por reforma, atingiu o SNS na
sua força vital que é a enorme riqueza que representa a sólida formação
dos seus profissionais, no desenvolvimento de protocolos baseados na
evidência científica, e no trabalho em equipa, promovendo escola e
prestígio.
O desinvestimento, a falta de progressão nas carreiras, a falta de
investimento em novas tecnologias, fundamentais para a diferenciação
técnico-científica, e os baixos salários nos hospitais do SNS, consequência
das políticas seguidas por vários governos PSD e PS, são a causa principal do estado a que se chegou e do esvaziamento de recursos humanos, agravado pela política restritiva de numerus clausus que marcou os anos 80.
A AMPDS, reconhece que estamos num ponto de rotura, com fecho de
maternidades por falta de profissionais, em todo o país, mas principalmente na ARS Lisboa e vale do Tejo, tornando urgente um plano
de contingência com organização em rede das maternidades,

Consideramos, no entanto, que esta medida de emergência deve ser
considerada pontual, e não uma forma de fechar, em definitivo,
maternidades, por conceitos economicistas isolados, deteriorando ainda mais o SNS.
Outro ponto crítico a que a AMPDS chama a atenção, é o facto de se
solicitar principalmente aos médicos, mas também às enfermeiras, horas
de trabalho extraordinário em excesso, nas urgências, causando para além
do desgaste físico por cansaço, situações de burnout com prejuízo na
empatia dos profissionais de saúde com a grávida, e, portanto, com
consequências na qualidade assistencial.
Em relação à assistência às grávidas, defendemos serviços de proximidade
como um valor importante a ter em conta, condição incontornável para
sua humanização, assim como a facilitação da comunicação entre a
Medicina Geral e Familiar e a Obstetrícia hospitalar, criando contactos facilitados e mais diretos.
A AMPDS defende uma reestruturação de fundo, e que a melhoria da
assistência nas maternidades passe pela reposição dos profissionais em
falta, melhoria e modernização das condições de trabalho, carreiras bem
definidas, salários atualizados e de acordo com a diferenciação dos
profissionais de saúde, única forma de tornar atrativo trabalhar no SNS.
A AMPDS defende que o SNS se torne competitivo com os Hospitais
privados, na eficácia assistencial, com tecnologia de ponta, continuando a
formação de excelência dos seus profissionais, (reconhecida pelos
próprios hospitais privados, que os recrutam, e pelos países da União
Europeia), e principalmente que reponha as condições necessárias para que seja novamente aliciante trabalhar no serviço que mais provas deu de resiliência e dedicação à causa publica, como é o nosso SNS.

02/01/2023

Notícias: Notícias
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FNAM DIZ QUE FECHO DE URGÊNCIAS DE OBSTETRÍCIA EM LISBOA É MEDIDA PALIATIVA

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considerou que o encerramento de urgências de obstetrícia em Lisboa é "uma medida paliativa" que restringe o acesso das grávidas a cuidados de saúde e não contribui para resolver a situação.  A FNAM refere em comunicado que foi "com preocupação" que teve conhecimento da deliberação da Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, que determina o encerramento, aos fins-de-semana e rotativamente, dos serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia de seis hospitais da Área Metropolitana de Lisboa. Para a federação, esta medida "é uma acção paliativa" que em nada vai contribuir para resolver a situação a médio e longo prazo. Apesar de se poder argumentar que "esta medida pode dar alguma previsibilidade às utentes e manter o funcionamento de algumas destas urgências", a FNAM considera que ela é "meramente pontual e paliativa", não podendo prolongar-se no tempo nem estender-se a outras valências dos serviços de urgência sob pena de serem adiadas as medidas de fundo que permitam resolver a situação. "Vários serviços de urgência têm encerrado de norte a sul do país, em diferentes períodos do ano, por falta de médicos. Assim, a prioridade imediata do Ministério da Saúde e da Direcção Executiva deveria ser a adopção de medidas que contribuam para estancar a saída de médicos do SNS, nomeadamente a valorização salarial dos médicos e a melhoria transversal das suas condições de trabalho", defende no comunicado.

A Federação Nacional dos Médico lembra que, na tomada de posse como director executivo, Fernando Araújo defendeu ser necessário criar condições para os profissionais de saúde "poderem evoluir e equilibrar a vida profissional com a familiar". "Infelizmente, perante esta situação, preferiu ouvir as administrações e direcções de serviço dos hospitais, ignorando os médicos, os restantes profissionais de saúde e os autarcas", critica. Para a FNAM, com estas deliberações, a Direcção Executiva do SNS vem reconhecer "a forma precária de funcionamento de várias urgências de ginecologia e obstetrícia, assumindo a sua incapacidade para garantir a continuidade da sua actividade regular, e normalizando o encerramento de serviços", o que para a federação "é totalmente inaceitável". Avisa ainda que o encerramento continuado de serviços representa "uma amputação da garantia do acesso a cuidados de saúde prestados pelo SNS, em clara violação da sua missão e valores", sustentando que "não poderá aceitar em nenhuma circunstância" esta situação, "bastando já os graves transtornos e entraves sofridos pelas utentes, parturientes e suas famílias". "É o Ministério da Saúde que dispõe da capacidade e dos meios para resolver esta situação, de forma a dar um novo ímpeto ao SNS, recentrando-o no seu papel fundamental de serviço público prestador de cuidados de saúde de qualidade, garantindo o acesso aos mesmos a toda a população", defende a FNAM. (Lusa)

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BRUNO MAIA - MANIFESTO DE CANDIDATURA

Caras e caros colegas,

Gostaria de começar por desejar um bom ano de 2023. Será, certamente, um ano desafiante para todos nós, com as falhas que se acumulam no SNS, a negociação colectiva das nossas carreiras em cima da mesa e as eleições para a Ordem que se avizinham. Em momentos decisivos como este, é mais importante que nunca termos estruturas representativas fortes, insubmissas ao poder e aos lobbies e que atuem com transparência. As prioridades são claras: defender as nossas carreiras, defendendo assim o SNS e a qualidade dos cuidados que prestamos.
Entre 2009 e 2019, os médicos perderam 17% de poder de compra. Em 2022 acresce a perda salarial associada à inflação. Os salários estão estagnados desde 2013 e as carreiras foram destruídas. Ao mesmo tempo, os níveis de investimento no SNS nunca foram tão baixos. Fecham urgências, acumulam-se listas de espera e explode o número de utentes sem médico de família. Os sucessivos governos não têm criado as condições essenciais para fixar médicos especialistas no SNS. Com isso degradam a qualidade da prática médica e comprometem a formação de novos especialistas. Ser médico interno no SNS é estar sujeito a baixos salários, horários desumanos e condições inaceitáveis de precariedade laboral.
Precisamos, hoje, de uma Ordem combativa, empenhada na defesa do serviço público como garante de igualdade social e do exercício ético e humano da Medicina; que defenda carreiras tanto no SNS, como no sector privado, e que esta começa logo no primeiro ano de internato; de uma Ordem que abandone o elitismo e conservadorismo que a tem caraterizado nas últimas décadas - que respeite a autonomia dos utentes e das suas escolhas informadas, que respeite as decisões das mulheres, médicas e utentes, que combata o racismo e todas as formas de discriminação nos serviços de saúde. Precisamos de uma Ordem que olhe para a sociedade como ela é hoje, e que coloque as ambições e aspirações dos médicos e médicas mais jovens no topo das suas prioridades.
Candidato-me a bastonário para trazer a Ordem dos Médicos para o século XXI. Para defender o Serviço Nacional de Saúde público e universal e as carreiras médicas, para representar as novas gerações de médicos e médicas e colocar a Ordem ao serviço dos utentes, da sociedade e do futuro.

Bruno Maia
brunomaia2023.pt

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SITUAÇÃO NO SERVIÇO DE INTERVENÇÃO NOS COMPORTAMENTOS ADITIVOS E NAS DEPENDÊNCIAS (SIDAC)

As mortes por overdose de estupefacientes subiram 45% em 2021. Por este motivo morreram em Portugal 74 pessoas nesse ano. Quanto ao consumo e dependência de álcool, houve 25% de recaídas em relação a 2020. Houve um aumento de casos nas pessoas mais velhas, entre os 55 e os 60 anos.

A epidemia, os confinamentos e o agravamento da situação económico-social do país foram um factor de risco para estes agravamentos. No entanto, segundo o director-geral do SIDAC, João Goulão, as razões vão muito para além disso. Um serviço, que era um exemplo de êxito a nível mundial é hoje um serviço cheio de problemas. “Por falta de meios temos cada vez mais dificuldades em chegar aos toxicodependentes e em garantir que estes consigam aceder aos serviços “(…)” As pessoas vão procurar ajuda e batem com o nariz na porta porque não há médico disponível. Nem sequer são colocadas em lista de espera” disse João Goulão ao jornal Expresso de 9 de Dezembro. “Neste momento não é fácil atrair profissionais para o Serviço Nacional de Saúde em geral e em particular para esta área que é particularmente exigente” diz. Os concursos para técnicos ficam desertos. Desde há dez anos que há desinvestimento e o fecho do Instituto da Droga e Toxicodependência em 2011 provocou o desaparecimento de uma estratégia nacional, ficando as resoluções atribuídas a cada uma de seis regiões. De acordo com o director ou se tomam medidas urgentes, tanto mais que estamos a entrar numa crise económica, ou a questão dos consumos de droga e álcool, com as suas consequências, vai ser um problema muito grave no nosso país.


(Fonte: Jornal Expresso, 9.12.2022)

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BANHO GELADO DE 30 SEGUNDOS AJUDA A EMAGRECER? E TEM RISCOS?

Banho gelado de 30 segundos ajuda a emagrecer? E tem riscos?

Partilha-se nas redes sociais uma nova técnica de emagrecimento de “apenas 30 segundos”. Segundo várias publicações, tomar um banho gelado vai ativar os tecidos adiposos castanhos e queimar gorduras. Esta alegação tem fundamento científico? E quais os riscos desta prática?

A promessa de um corpo supostamente perfeito é o mote de várias técnicas de perda de peso partilhadas nas redes sociais. Apesar de a maioria destas publicações se centrarem em dietas restritivas e alimentos supostamente milagrosos, há também outras técnicas de emagrecimento a circular no Facebook. Uma das mais recentes baseia-se na alegação de que tomar um banho gelado, é uma forma de queimar gordura sem dieta e sem exercício físico. Num desses posts, em formato vídeo, diz-se que “um banho gelado de apenas 30 segundos, principalmente nos nossos ombros, costas e pescoço, pode ajudar na perda de peso”. Segundo o autor da gravação, isto acontece porque ao ser exposto ao frio o corpo ativa a produção de gordura castanha, provocando “a queima desta gordura que pode ficar acumulada por anos”.

Além disso, sustenta o criador do vídeo, “o banho gelado diminui a pressão arterial e fortalece o sistema imunológico”, lembrando que “a pessoa tem que estar em boas condições de saúde para tomar banho gelado”. Mas estas alegações têm fundamento científico? E quais os riscos desta prática? É verdade que um banho gelado de 30 segundos ajuda a emagrecer?

“Não existe nenhuma prova científica de que esta teoria resulte”, adianta, em declarações ao Viral, João Sérgio Neves, médico endocrinologista no Centro Hospitalar Universitário de São João e professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Na perspetiva do especialista, “uma técnica como a exposição ao frio, mesmo que intermitente, não será suficiente para perder peso”. O endocrinologista sublinha que, para tal acontecer, “terá de haver uma alteração no estilo de vida, na condição física” e lembra que “há também pessoas que podem ter problemas de saúde na base” que poderão dificultar o emagrecimento.

“Mesmo numa pessoa com ligeiro excesso de peso, normalmente é preciso intervir em vários campos”, prossegue João Sérgio Neves, referindo-se às alterações alimentares e ao nível da atividade física. No caso das pessoas com obesidade, o endocrinologista adianta existirem “muitos mecanismos complexos que fazem com que as pessoas com obesidade tenham dificuldade em perder peso e, mesmo depois de o perderem, voltem a ganhar com facilidade”.

Por isso, continua, “não é expectável que esta prática funcione”, embora haja “uma base subjacente” a esta ideia “que não é totalmente descabida”. O especialista refere-se à existência de dois tipos de gordura – a castanha e a branca – referidas na publicação. Enquanto os tecidos adiposos castanhos existem desde o nascimento, os brancos são reserva energética, que vão surgindo quando é ingerida uma maior quantidade de calorias do que as gastas pelo organismo.

“O tecido castanho sempre foi conhecido, existe também nos recém-nascidos. Está localizado entre as clavículas e serve para a adaptação dos bebés ao meio ambiente”, explica ao Viral, Isabel do Carmo, médica endocrinologista e professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Nos adultos, este tecido adiposo castanho também existe, mas a quantidade é muito variável de pessoa para pessoa.

O que se sabe sobre o frio e a ativação de gordura


Nesse sentido, os dois especialistas explicam que o tecido adiposo castanho tende a ser ativado pelo frio.
Quando é ativado, este tecido vai queimar as reservas de gordura branca para produzir calor e, assim, manter a temperatura do organismo estável – entre os 35ºC e os 37ºC. “Verificou-se – primeiro em ratos e depois em humanos – que, se o organismo fosse submetido a temperaturas muito frias, os tecidos castanhos eram ativados para libertar calor e para aquecer o corpo. Depois, começou-se a ver o que acontecia com a gordura branca”, avança Isabel do Carmo.

“Se formos submetidos ao frio, o nosso corpo vai ativar mecanismos para se aquecer. Esses mecanismos muito complexos são ativados pelos tecidos gordos castanhos, que ativam o fornecimento de energia. Tal como acontece quando fazemos dieta e o corpo vai buscar as reservas para produzir energia”, afirma a especialista.

Num estudo realizado em ratos, foram comparados os efeitos de uma dieta hipocalórica (em que a quantidade de calorias ingeridas por dia é inferior à que o organismo necessita) e o impacto das baixas temperaturas na queima de gordura. Em ambos os casos, as perdas de gordura branca foram semelhantes. No entanto, é importante ressaltar que os resultados dos estudos realizados em animais não podem ser transpostos diretamente para os humanos, dado que o funcionamento dos organismos é diferente – estes estudos são, normalmente, potenciadores de hipóteses.

João Sérgio Neves explica que “o frio poderá ser uma forma de ativar o tecido adiposo castanho e aumentar o gasto energético”, mas alerta que este resultado “varia muito de pessoa para pessoa porque a quantidade de tecido adiposo castanho nos adultos é muito variável”. 

“A literatura neste tema é muito escassa e baseada em evidências indiretas, ou seja, em estudos realizados em animais”, alerta o endocrinologista.

Além de não haver provas científicas de que os “banhos gelados de 30 segundos” tenham efeito, a publicação em análise tem também várias incorreções: a gordura castanha não é variável em função do peso e não é queimada durante o tempo em que o corpo está em contacto com baixas temperaturas. Quando são ativados, estes tecidos adiposos queimam a gordura branca, que se deposita em várias zonas do corpo quando a quantidade de calorias ingeridas é superior à gasta pelo organismo, tendo uma função de reserva energética. 

A temperatura a partir da qual o organismo ativa os tecidos castanhos e o tempo necessário para que ocorra uma redução significativa da gordura branca varia entre os estudos realizados sobre os assuntos. Um dos artigos publicados sobre o assunto refere que a exposição crónica ao frio – de pelo menos duas horas por dia durante seis semanas – “resulta não apenas no aumento da atividade de gordura castanha e termogénese induzida pelo frio, mas também uma significativa perda de massa gorda corporal”.

Banho gelado pode ter elevados riscos para doentes cardíacos


Numa das publicações onde é sugerido o banho gelado há um alerta: “A pessoa tem que estar em boas condições de saúde para tomar banho gelado.” Na verdade, além de não haver provas de que esta prática funcione, tomar “banho gelado” pode ter, de facto, riscos sérios para a saúde, sobretudo em pessoas com doenças do foro cardiovascular, alertam os dois endocrinologistas contactados pelo Viral.

Quando o organismo está em ambientes com temperaturas baixas, para evitar perder calor, o sistema nervoso simpático entra em ação. “A ativação do sistema nervoso simpático vai levar a uma sobrecarga vascular que para uma pessoa saudável não é problemática, mas para uma pessoa com problemas cardíacos poderá causar arritmias, agravamento da doença cardíaca ou até mesmo desencadear um enfarte do miocárdio”, alerta João Sérgio Neves. 

Também Isabel do Carmo deixa um aviso: “As pessoas com problemas cardiovasculares têm de ter muito cuidado com esta técnica porque podem fazer uma constrição das coronárias e desenvolver um enfarte, podem morrer”, sublinha a médica.

Para quem sofre de patologias crónicas como rinite ou sinusite, o frio poderá também ser um fator de agravamento da sintomatologia. Nos casos de doentes asmáticos com sensibilidade ao frio, estes banhos gelados vão colocar o paciente perante o principal desencadeador dos sintomas, aumentando o risco de crises.

(Fonte: Filipa Traqueia/Viral Check de 5/12/22)

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MINISTRO DA SAÚDE: “ENCONTREI UM CENÁRIO MAIS DIFÍCIL DO QUE AQUELE
QUE ESPERAVA”

Manuel Pizarro, o ministro da Saúde que sucedeu a Marta Temido, admite que o cenário do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é “mais difícil” do que esperava quando aceitou o convite para integrar o Governo em setembro. Destaca mesmo que os casos mais graves que tem em mãos são em Lisboa e Vale do Tejo e na região Sul e diz que no Norte “há maior eficiência na gestão de recursos”. O ex-eurodeputado assumiu que surpresa no estado do SNS: “Encontrei um cenário mais difícil do que aquele que esperava.” Tanto em Lisboa e Vale do Tejo como na região Sul, o ministro da Saúde explicou que “as dificuldades são muito grandes, quer por falta de recursos humanos, quer por termos deixado que o SNS ficasse um pouco para trás no processo de modernização tecnológica e no processo de requalificação de instalações”. Manuel Pizarro, apesar de não ter conhecimento das razões, explicou que “há maior eficiência na gestão de recursos na Região do Norte do que na de Lisboa e Vale do Tejo”. “O SNS tem casos de sucesso em todo o país. Agora, é verdade que na região Norte, não sei explicar inteiramente porquê — talvez porque as pessoas são mais próximas umas das outras –, há experiências de cooperação que começaram há mais tempo e que deram melhores resultados”, argumentou. Não tem dúvidas de que é preciso “fazer mais”, mas não acredita que “não haja capacidade de retenção ou capacidade de atração no setor público da saúde”. Aliás, Manuel Pizarro afirmou que “o SNS tem hoje cerca de 4300 médicos especialistas, mais do que no final de 2015” para justificar que nem todos os profissionais de saúde desejam sair para o setor privado. Porém, o ministro da Saúde admitiu que é preciso olhar para a situação das tabelas salariais para resolver os problemas do SNS. Pizarro disse ser uma “boa notícia” haver acordo com a maioria dos sindicatos dos enfermeiros para “revalorizar a carreira” e prometei que “a situação dos médicos vem imediatamente a seguir”.

(Observador/ in Diário Farmacêutico de 5/12/22)

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GOVERNO PEDE AOS PORTUGUESES PARA EVITAREM URGÊNCIAS,
MAS HÁ 1,4 MILHÕES DE PESSOAS SEM MÉDICO DE FAMÍLIA.

Ministério da Saúde tem alertado para o problema da procura excessiva e desadequada dos serviços de urgência, mas o número de portugueses sem médico de família continua a aumentar: só na região de Lisboa e Vale do Tejo um quarto das pessoas não tem médico de família. O aumento da procura das urgências hospitalares nos últimos dias está a procurar situações de espera que podem durar até 11 horas em alguns hospitais da região metropolitana de Lisboa. A tripla epidemia de COVID-19, gripe e vírus sincicial respiratório parece ser a principal cau